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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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A Conferência do Clima já terminou. E o Brasil, como fica?

Flávio Oliveira

Apesar da apreensão e do medo em função dos ataques terroristas ocorridos em Paris no final de 2015, a 21ª Conferência do Clima finalmente foi realizada no país, em dezembro. A chamada “COP-21” se desenrolou de forma tranquila e obteve um resultado extremamente satisfatório, do ponto de vista ambiental.

O acordo final se alicerçou em três pontos básicos. O primeiro é que será revisto a cada 5 anos; o segundo se refere ao valor de U$ 100 bilhões que serão disponibilizados anualmente à adequação dos países em desenvolvimento; e o terceiro, registrou a redução de emissão de pelo menos 1,5% de emissão de CO², que passará a vigorar a partir de 2020.

Esse acordo final foi considerado histórico. Desde o Rio+20, ocorrido em 1995, estas negociações estavam sendo feitas. A situação virou uma convergência de interesses entre sociedade civil e sociedade privada. Diante da gravidade, os 195 países presentes assinaram o acordo.

O Brasil teve uma participação efetiva! Entrou nas negociações finais e teve papel preponderante na concordância da África e Ásia na redução do efeito estufa de pelo menos 1,5%.

Os países desenvolvidos levaram a pior, no sentido de que anualmente desembolsarão uma verba de U$100bilhões de dólares para países em desenvolvimento implantarem programas de energia limpa.

Quais os principais problemas que o Brasil irá enfrentar?

-Temperaturas

Em São Paulo estima-se que o aumento da temperatura média foi de 2,5 a 3,5ºC. No Rio de Janeiro, de 2,0 a 2,5ºC. Ondas de calor serão mais frequentes, além disso, haverá proliferação de mosquitos e, consequentemente, doenças.

-Nível do mar

O nível do mar aumentou 20 cm. As erosões aumentaram e consequentemente as águas dos rios terão mais dificuldades de chegar ao mar. O mar terá mais ressacas, ondas mais altas e inundações.

-Amazônia

O desmatamento causa emissões de Gás Carbônico para atmosfera, o que, aliado às altas temperaturas, propicia aumento de incêndios e consequentemente redução da estocagem de CO².

-Crise Hídrica e energética

A seca tem afetado profundamente a região sudeste. Como fazemos grande uso de energia elétrica, o aumento das secas será garantido. Investir em energias limpas são ações emergenciais.

- Agricultura

Será o setor mais afetado em função das mudanças climáticas.

Bem, o acordo está assinado e os problemas são de ciência de todos. Cabe agora as ações de nossos governantes no sentido de implantar programas eficientes, porém sem a sociedade civil e organizações não governamentais será difícil ou quase impossível atingir as metas.



*Marcia Ramazzini é engenheira civil pela PUC Campinas, engenheira em segurança do trabalho e meio ambiente pela Unicamp e mestranda em Saúde Ocupacional também pela Unicamp. Tem especializações em Riscos Industriais e Construção Civil pela OSHA (Occupational Safety Health Administration), Ministério do Trabalho dos Estados Unidos. Marcia é diretora da Ramazzini Engenharia e tem 20 anos de experiência de mercado.
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