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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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A mão que balança o berço é a que governa o mundo!

"Todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às seis horas da manhã, me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã...”. A letra dessa música de Chico Buarque, de décadas atrás, infelizmente, continua bem atual. Realmente a mulher continua dando o tom de cuidar do marido e da casa, da comida e dos filhos, só que, ainda por cima, sem fugir à luta de sair também para o trabalho e ajudar nas despesa de casa. Sendo assim, acarreta uma carga horária de trabalho de, no mínimo, 20 horas por dia já que trabalha dentro e fora de casa sem receber remuneração para o serviço doméstico.

Entendam que não estamos nos queixando. Apenas entendemos que é justo e necessário que, se saímos de casa para ajudar ao marido a equilibrar as contas de casa, é justo que ele também ajude nas tarefas domésticas e na criação dos filhos e que recebamos também salários iguais pelas mesmas funções trabalhistas. Da mesma forma poderiam os pais terem uma licença-paternidade maior a fim de que o ônus e o bônus da criação nos primeiros meses de vida da criança não seja só da mulher. Afinal, não basta ser pai, tem que participar.

Diante desse cenário urge que, juntas, coloquemos mais força nas rodas políticas e ampliemos o debate acerca do avivamento do poder feminino para que sejam pensadas novas leis e ampliadas outras que não estão funcionando a contento. Pensando nisso foi que me coloquei à disposição da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) em seu último Congresso para definir as ações estratégicas do próximo quinquênio, como parceira na luta pela ampliação e fortalecimento do empoderamento feminino em Mato Grosso.

Essa maior participação se faz necessária num momento em que tantas mulheres são aviltadas no seu direito de amamentar os filhos e na forma como são tratadas pelos respectivos conjuges com cada vez mais violência chegando à morte. Também o fato de, tendo que sair para ganhar o pão de cada dia, não tenha o respaldo de creches para deixar os filhos deixando-os à mercê de estupradores que podem ser parentes e vizinhos numa clara falta de atenção do poder público.

Por esses e outros motivos é que quero conclamar não só as servidoras sindicalizadas ao Sintap ou as companheiras da CSB, mas também a todas as mulheres que querem partilhar um mundo melhor num futuro bem próximo, que estejam atentas ao que estiver errado e participem de movimentos que ajudem a mudar essa realidade e encontrar soluções.

É importante lembrar sempre: Todas juntas somos muito mais fortes!

Feliz Dia da Mulher e que esta felicidade seja diária!



*Diany Dias é mãe, dona de casa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário, Pecuário e Florestal do Estado de Mato Grosso (Sintap) e vice-presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)
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