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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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O que aconteceu com o B dos BRICS?

No final dos anos 90 e começo dos anos 2000 eu viajava muito à negócios para fora do país. Quando, em uma conversa, as pessoas tomavam conhecimento que sou brasileiro seus olhos brilhavam com as oportunidades do país, e como fazer negócios aqui. O novo Eldorado, um país que havia feito sua lição de casa e e era uma estrela em ascensão. O QUE?????? Tudo ilusão.

Ok, então o que realmente aconteceu?

 Observamos um exponencial crescimento econômico, social, de mercado, progresso no ambiente de negócios. Ao contrário da China, que soube capitalizar exatamente as mesmas coisas, não poupamos, não investimos, não progredimos em infra-estrutura. No final da primeira década de 2000 todos ficavam apavorados com a perspectiva de um crescimento de um dígito no PIB da China. A conta de seu crescimento acelerado chegará, mas ela já pode se dar ao luxo de tirar o pé do acelerador aos poucos e crescer abaixo de 10%, e o mundo fica aliviado por ter crescimento, mesmo que não seja mais à taxas do começo do século.

Já no  nosso caso, teremos crescimento de PIB significativo a partir de 2020, se tudo o que está acontecendo e parte (tudo é impossível) da corrupção que se instalou como um câncer e está em metástase (calma, eu acredito em milagres e vamos nos curar) for uma lição muito bem aprendida . Até lá seremos, no máximo, um país medíocre.
Eu sou BRASILEIRO, otimista, sempre vejo o copo meio cheio, e não meio vazio. Como diz a canção, triste mas verdade.

O que fazer? O Brasil será varrido do mapa mundial? Vamos ser expulsos para Marte?
Obviamente não. Mas a vontade é de ir para  Guarulhos, Rio, Belo Horizonte, e outros aeroportos internacionais e emigrar. O que adianta milhares de dólares em investimento em educação numa economia como essa? Muita coisa se você enxergar oportunidades e for empreendedor. Mas isso não diminui o sentimento de, desculpe a linguagem, o saco que é ser brasileiro e morar aqui. Tenho 45 anos e a história do Brasil, como eu a conheço, é:

1970s - Ditadura, algum crescimento, nenhum acesso ao mercado internacional, ou seja, consumíamos as muitas porcarias e poucas coisas boas que eram MADE IN BRAZIL. Desaparecimento da classe média 

1980s - Conhecida como a década perdida, teve de bom a abertura do mercado pelo Collor, que teve seu mandato cassado por o que mesmo? Ah, corrupção... Hoje é senador (hilário)

1990s - Democracia, estabilidade econômica (URV, Plano Real), crescimento, tímida e frágil recomposição da classe média. Bons empregos, falta de mão de obra capacitada, PERSPECTIVA DE FUTURO

2000s - Oh Glória

2010s – Essa sim é a década perdida, onde fomos atropelados pelos RICS. Doença instalada: Corrupção, que é tanto parte de nossa cultura como nossa alegria (contra-senso total, mas somos assim ;-). Corrupção que nunca, nunca deixou de existir. Desde o Brasil Colônia, mas espalhou-se como um câncer que, em metástase (milagre acontecem, e temos esperança na cura) que está comendo e corroendo este país e suas conquistas. Podemos ainda acrescentar Impeachment que trouxe mais do mesmo, Lava-Jato que expôs mais vergonha à um país que já foi considerado sério. Já pensou se ela chega aos bancos?

Como disse acima, sou otimista e quero ver este país brilhando novamente. Mas me diga, para você qual a sensação de viver numa montanha russa? Não seria gostoso ter estabilidade ou é chato demais para quem já nasce com adrenalina no lugar de sangue para suportar as incertezas?
 
*Carlos Elias Junior tem MBA pelo OneMBA – Global Executive Program
Por mais de vinte anos foi CEO de uma das maiores redes de revenda agropecuária e produção de Sal Mineral para gado do Brasil. Apaixonado pela parte humana da Administração – Governança Corporativa, Liderança e Motivação, Meritocracia.
Empreendedor serialb
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