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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Novo mapa-múndi começa a se formar

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Um novo mapa-múndi da hierarquia econômica está se desenhando, com as economias emergentes crescendo à frente dos países desenvolvidos neste próximo meio século. É o que diz um novo estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, citando o Brasil entre os países que vão crescer mais.

"A crise econômica vivida já há cinco anos vai passar, mas o mundo que nossos filhos e netos vão herdar será, sem dúvidas, muito diferente do nosso", disse Angel Gurría, secretário geral da OCDE. "À medida que países emergentes, mais importantes e mais dinâmicos, ocuparão espaço maior no cenário econômico global, seremos confrontados por novos desafios, para garantir a todos um mundo próspero de forma permanente. Educação e produtividade terão prioridade, por serem os principais motores de desenvolvimento, no futuro", alertou.

Pelos diferentes perfis de crescimento no longo prazo é que se terá o tom das profundas alterações no tamanho de cada economia nesse mapa. As atuais diferenças do PIB per capita refletem a diversidade tecnológica, a intensidade de capital, de capital humano e de competências.

Os EUA cederão seu lugar à China, que se tornará a maior potência global já em 2016. Mais alguns anos se passarão e a Índia superará os EUA. O PIB somado dos dois gigantes asiáticos, diz a OCDE, logo será maior que o PIB somado dos países do G-7 (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá).

Outros pesos-pesados, como Japão e Zona do Euro, enfraquecidos pelo envelhecimento demográfico agudo, recuarão também progressivamente no ranking mundial, suplantados por países com população mais jovem, como Indonésia e Brasil.

O estudo apresenta um novo modelo de cálculo das projeções de avanço nos 34 países da OCDE e do G-8 (o G-& mais Rússia), nos próximos 50 anos, período em que se espera crescimento mundial médio de 3% ao ano, com grandes variações entre esses países.

Taxas bem mais elevadas ocorrerão nos países emergentes e os avançados crescerão mais lentamente ou até em ritmo cada vez menor.

Diz o estudo que é necessário melhorar os níveis de vida na média global: daqui até 2060, a renda por habitante deverá ser mais que quadruplicada nos países mais pobres. Na China, deve crescer 7 vezes para chegar a 60% da renda dos países mais desenvolvidos, ao final do período. Na Índia, se a renda for multiplicada por 7 também, ela equivalerá a 25% da renda da população dos mais avançados.

Essa situação pode avançar mais rapidamente, se "profundas reformas estruturais forem feitas, de modo a acelerar o desenvolvimento e melhorar o padrão de vida nas economias mais desiguais", disse Gurría.


O peso da carga
Outro estudo, o Estatísticas sobre Receita na América Latina, da OCDE com a Cepal, confirma o peso da carga tributária brasileira, a segunda maior na América Latina, e próxima da carga de 17 entre os 34 países da OCDE, pelo critério de proporção do PIB. Cobra-se mais imposto aqui que na Austrália, no Canadá, na Espanha, nos EUA, no Japão e na Nova Zelândia - e a ordem é apenas alfabética.

Os dados são de 2010, mas as alterações não foram substanciais, de lá para cá, Nesse ano, a carga de 15 países latino-americanos era de 19,4% do PIB e de 33,8% para os 34 da OCDE. O Brasil tem carga de 32,2% do PIB, menor apenas que a da Argentina (33,5%).

A carga é mais pesada no Brasil do que no resto da América Latina, pelos critérios comparáveis, principalmente por causa de tributos indiretos. Os impostos sobre bens e serviços levaram 14,2% da renda produzida no país em 2010, ante uma média de 9,9% para 15 países selecionados da região. A carga de tributos indiretos no Brasil superou inclusive a média da OCDE, que alcançou 11%.

Os impostos sobre propriedade também representaram maior fatia do PIB no Brasil (1,9%) do que entre os países da organização (1,8%). A média latino-americana, nesse item, foi de 0,8% do PIB.

Detalhe: a renda paga em média 6,9% do PIB, no Brasil; na América Latina, 4,8%, e, na OCDE, 11,3%. A contribuição previdenciária significa 8,4% do PIB, no Brasil, 9,1% na OCDE. E 3,6% do PIB nos países latino-americanos. Formam a OCDE estes países: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Coreia do Sul, Dinamarca, Espanha, EUA, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Japão, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Checa, República Eslovaca, Suécia, Suíça e Turquia.

QUERIDO PAPAI NOEL


Informa a consultoria Gfk Brasil: este ano, a venda de tablets de crescer 49% sobre o anterior e a de smartphones, 55%. Há 40 novos modelos de smartphones no mercado, este ano (28 no anterior).

Na lista de Papai Noel, este ano (e também para o começo de 2013), os três produtos mais citados são: tablet, notebook e televisão. E os três menos desejados são cafeteira, liquidificador e ferro de passar.

Nos últimos seis meses, os três produtos mais comprados foram celular, televisão e smartphone. E os menos comprados foram cafeteira, blu-ray e home theater.

E O COMÉRCIO EXTERNO?


A indústria vem declinando sua produção, a economia estagnou e o câmbio melhorou, mas nem por isso o comércio exterior de bens industriais mostra sinais de mudança. Este é o tema de análise do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial.

"Pode ser que o tempo transcorrido desde que esses fatores se apresentaram ainda não permita o surgimento de resultados mais expressivos, ou pode ser que realmente problemas graves estejam reduzindo a capacidade da produção aqui realizada concorrer com a do exterior, ou um misto desses dois vetores. O fato é que já há quase um ano e meio a economia entrou na fase de declínio de seu ciclo e o déficit em produtos industriais continua aumentando".

"O crescimento do déficit é menor do que em anos anteriores quando uma meteórica reversão comercial fez com que um superávit expressivo cedesse lugar a um saldo negativo muito alto. Esse processo transformou um resultado favorável de US$ 19 bilhões de 2008 em déficit de US$ 49 bilhões no ano de 2011, quando se procurou fazer alguma coisa através do câmbio e de outras políticas para conter a escalada. Em 2012 até setembro, o déficit em produtos industriais segundo um levantamento recentemente divulgado pelo Iedi, chegou a US$ 38,7 bi, quase 10% superior ao resultado dos três primeiros trimestres do ano passado".

"Por que o déficit não para de crescer a despeito da fase adversa do ciclo e da desvalorização cambial? Pelo lado das importações, estas reagiram à menor produção industrial e ao nível mais baixo de consumo e investimento, o que deprimiu as compras externas de bens intermediários, bens de consumo e máquinas e equipamentos. Mas, no conjunto, a importação de produtos industriais caiu pouco no período: 0,8%, um índice que seguramente representa um declínio real muito inferior à queda da produção industrial no acumulado do corrente ano que alcançou -3,5%, um sintoma de que a má fase da economia está impondo uma retração proporcionalmente maior na demanda interna do que nas importações de produtos industriais".

"O fator principal de elevação do déficit de bens industriais nesse ano reside do lado das exportações. Estas nos anos anteriores cresceram firmemente (22,3% e 22,6% em 2011 e 2010, respectivamente), mas no corrente ano caíram muito mais (-4,1%) do que as importações e possivelmente acima da queda do comércio mundial. O recuo das exportações refletiu, sobretudo, a queda das vendas ao exterior de commodities industriais, como alimentos, produtos metálicos e celulose, assim como a queda das exportações em veículos, produtos químicos, produtos têxteis, calçados e equipamentos de rádio, TV e comunicação. Os segmentos com crescimento foram poucos, como indústria aeronáutica (28,3%), máquinas e equipamentos elétricos (11,5%) e máquinas e equipamentos mecânicos (3,4%)".

"Importação decrescendo menos do que a produção industrial e exportação com queda mais profunda do que a do comércio mundial sugerem a existência de distorções desenvolvidas no passado e que hoje limitam a capacidade do produto industrial brasileiro concorrer no mercado interno com as importações e disputar posições no exterior através de exportações. Por isso, é fundamental que a política econômica dê sequência e aprofunde a orientação de reduzir custos na economia, aumentar a competitividade e que a indústria melhore seus padrões de produtividade".

NOVIDADE DA FGV: EMPREGO
Saiu o primeiro Indicador Antecedente de Emprego, elaborado pela FGV para antecipar movimentos do mercado de trabalho: em outubro, alta de 2,4%, confirmando a primeira sinalização de aceleração da oferta de emprego, observada em setembro (3,4%), depois de resultados negativos desde maio, nas comparações com o mês anterior. O indicador é montado com base em informações extraídas das sondagens sobre indústria, serviços e consumo do Instituto Brasileiro de Economia e será divulgado mensalmente.

E o comércio vai indo 1
Informa o IBGE: em setembro, o comércio varejista superou as vendas de agosto em 0,3% e a receita nominal em 1,0%. Em relação aos resultados de um ano antes, o volume agora foi 8,5% maior e receita nominal, 12,9% maior. De janeiro a setembro, os aumentos foram de 8,9% e 12,1%, sobre o mesmo intervalo em 2011. Nos últimos 12 meses, 8,1% e 11,5%, sempre na mesma ordem.

E o comércio vai indo 2
Quanto ao chamado varejo ampliado, que inclui as vendas de veículos e de material de construção, o IBGE apurou queda de 9,2% no volume e de 6,1% na receita nominal sobre agosto, mas aumento de 2,0% e de 3,6% sobre as de um ano antes. Na comparação dos acumulados janeiro-setembro, o deste ano teve alta de 7,8% no volume e de 9,0% na receita sobre o de 2011. Em 12 meses, as altas foram de 6,6% em volume e de 8,1%, na mesma base de comparação.

Os mais 1
Na comparação setembro/setembro, o varejo teve expansão em todo o Brasil, com as maiores taxas ocorrendo em Roraima (28,0%), Amapá (25,9%), Mato Grosso do Sul (20,9%), Espírito Santo (11,4%) e Mato Grosso (11,3%).

Os mais 2
Considerando a fatia de cada Estado na composição da taxa do comércio varejista, os destaques de alta foram, pela ordem, São Paulo (10,9%), Minas (7,0%), Rio Grande do Sul (7,1%) Bahia (9,1%), e Rio (3,1%).

Os menos
Incluindo veículos e material de construção (varejo ampliado), o IBGE verificou crescimento em 16 dos 27 Estados, com destaque para as taxas negativas do Acre (-6,6%), de Tocantins (-2,1%), do Rio (-1,6%), de Santa Catarina (-4,7%), da Paraíba (-3,4%), do Distrito Federal (-1,1%) e de Sergipe (-1,3%).

Pra cima
As vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceram 9,4% em setembro, sobre as de um ano antes - este foi o principal fator da alta (53% de participação).

Pra baixo
E as vendas de veículos, motos, partes e peças teve o pior desempenho de setembro, com queda de 9,5% sobre setembro 2011 e de 22,6% sobre agosto 2012, por causa da antecipação de compras ao final do prazo de fim de benefício fiscal, depois prorrogado até dezembro.

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