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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Cooperativismo

Família de São Lourenço do Sul (RS) diversifica produção com atividade leiteira

No município de São Lourenço do Sul, no Rio Grande do Sul, a família Specht trabalha em 50 hectares de terra. Antônio, o pai, de 66 anos, e os filhos, Cláudio, 39, Rosa, 39, e Flávio, 33, produzem leite, forragem e milho, além de silagem (milho triturado) para a alimentação dos animais.

Há seis anos, os Specht passaram a usar as instalações da produção de tabaco para outra destinação: armazenar o milho para o rebanho. A mudança ocorreu quando a família decidiu trocar a produção do tabaco pela produção de alimento – o leite. “Optamos por uma qualidade de vida melhor. Os projetos de leite foram crescendo anualmente e fizemos um planejamento, visando à saúde da família e à economia da propriedade”, explica Cláudio Specht.

Para a transição das atividades, a família contou com projeto do Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Para isso, eles receberam apoio da Cooperativa Mista dos Pequenos Agricultores da Região Sul (Coopar). E tiveram financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A transição levou seis anos e aconteceu totalmente em 2012.

Cláudio conta que a produção do leite aumenta a renda de toda a família. “Colocando na ponta do lápis, a renda obtida com o leite ajudou, várias vezes, a cobrir os custos da plantação de tabaco”. E é taxativo: “Financeiramente, é interessante tudo o que a gente faz com amor”. Além disso, a saúde da família melhorou muito. “Isso é o mais importante”, explica. O pai, seu Antônio, que produziu fumo durante 26 anos, conta: “Plantar o fumo dá muito trabalho, é um castigo para quem trabalha só com isso. A renda é só uma vez por ano.”

Saúde

Segundo ele, o trabalho na cultura de fumo tem muitas consequências para a saúde do fumicultor. “São cerca de 20 horas por dia na época da colheita e a gente sofre com dores de cabeça, náuseas e vários sintomas devido ao contato com o tabaco”, fala.

Cláudio, os irmãos e o pai, Antônio, receberam a visita dos participantes da IV Reunião de Trabalho para os artigos 17 e 18 da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, evento que termina nesta quinta-feira (3). Ele mostrou, com orgulho, a sala de ordenha e de resfriamento, o rebanho, e se emocionou ao contar a experiência bem sucedida de diversificação de produção da família para representantes governamentais de mais de dez países.

Hoje, a família Specht possui 25 cabeças de gado de leite, com produção média de 650 litros de leite por dia. “Optamos pelo que gostamos de fazer, não só pelo lucro”, diz Cláudio, que após deixar a produção do fumo, conta que ganhou tempo para estudar. “Tenho a satisfação de ter um diploma na mão, consegui fazer um curso e vou ser consultor para outros produtores”, diz ele, emocionado, sobre o curso técnico de Equilíbrio Energético Compensador, feito na Associação Educacional Luz da Aurora, em Porto Alegre. Aliás, Cláudio faz nesta quinta-feira (3), seu primeiro atendimento como consultor.
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