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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Ex-ministro defende estratégia para garantir segurança alimentar

O ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, defendeu a necessidade do Brasil adotar estratégias com o objetivo de liderar um projeto mundial para garantir a segurança alimentar. Rodrigues também questionou a falta de líderes globais para levar adiante este desafio. "Já que não há líderes, precisamos encontrar um projeto global de segurança alimentar e energética, com sustentabilidade", sugeriu Rodrigues.

Para o ex-ministro, o mundo está pedindo para o Brasil produzir mais alimentos e liderar este processo, mas que o país está de costas para esta demanda. "Já fizemos a lição de casa, aumentando a produção através de tecnologia e produtividade, mas não estamos exercendo este papel em termos globais", conclui, mas com uma dose de otimismo: para Rodrigues, há sinais de avanço. "Sinto que as coisas estão melhorando neste sentido".

Roberto Rodrigues foi homenageado durante o IV Fórum Inovação, Agricultura e Alimentos, realizado no dia 19, na sede do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), em Campinas (SP). Para Rodrigues, o Brasil tem todas as condições de assumir este papel de protagonista na busca de um quadro mais compatível com a necessidade de combater à fome no mundo.

"A seca nos Estados Unidos mostrou que todas as teses sobre segurança alimentar são frágeis", alertou Rodrigues. O ex-ministro sugeriu a criação de um programa global que contemple inclusive a questão dos estoques. Segundo ele, o mundo tem que pensar na composição de estoques globais, "com financiamento global e governança global", como forma de evitar ações intervencionistas e conter a volatilidade dos preços das commodities.

O ex-ministro reforçou que o Brasil está pronto para liderar este programa de segurança alimentar, mas que falta ainda um plano estratégico e que pouco está sendo feito para retirar às barreiras a este avanço. Entre estes obstáculos, Rodrigues enumerou os problemas de infraestrutura e logística; a falta de uma política de renda rural; a ausência de uma política comercial mais eficiente e a frágil defesa sanitária. "Ainda podemos citar a falta de recursos e investimentos em tecnologia e a insegurança jurídica no campo", completou.

"O mundo está pedindo para produzirmos mais. Precisamos fazer a lição de casa e de uma estratégia para assumir a liderança no projeto mundial para segurança alimentar", conclui o ministro.

Demanda

O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Carvalho, concorda que as oportunidades estão claras para o Brasil e que a inovação é o ponto focal da discussão para garantir a segurança alimentar e energética. "Precisamos diminuir a insegurança através da obtenção de maiores índices de produtividade, que só será alcançada com investimentos em inovação e tecnologia", explicou.

Carvalho lembrou que o século 21 tem se caracterizado como o século da demanda por alimentos e que, em função disso, a tendência é de alta nos preços das commodities. "Com a redução dos estoques, a oferta tem corrido atrás da demanda crescente. Mas mesmo diante do atual quadro, com seca nos Estados Unidos e prejuízos também na produção dos países da ex-União Soviética, a FAO recomenda tranquilidade e os países não devem adotar medidas de retenção às exportações", frisou.

A secretaria de Agricultura de São Paulo, Monika Bergamaschi, destacou o papel da pesquisa na busca pela alimentação adequada e no combate ã fome. "A agricultura brasileira tem um papel fundamental, incorporando a ciência e caminhando em direção à segurança alimentar e energética com sustentabilidade", afirmou.
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