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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Notícias | Ecologia

Ministro destaca desafios da produção orgânica em Congresso de Agroecologia

As discussões em torno de um modelo de produção orgânico e agroecológico são o foco do VIII Congresso Brasileiro de Agroecologia, começou na segunda-feira (25), em Porto Alegre, e segue até quinta-feira (28). Destacadas na abertura do evento pelo ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Pepe Vargas, as dificuldades desse modelo de produção são muitas. "Nessas últimas décadas tivemos avanços importantes, mas, também, temos desafios maiores. Tem muita gente lá fora que quer o mesmo que os que estão aqui", ressaltou o ministro.

Para o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, a agroecologia deve ser pensada como o futuro de uma humanidade melhor. "O grande debate é iniciar um momento de produção para um novo projeto de humanidade, organização da produção, distribuição e circulação, compras públicas. Porque somente a partir de políticas que vêm do Estado que a agricultura agroecológica pode se tornar hegemônica", afirmou.

Segundo o censo agropecuário, existem 5,1 milhões de estabelecimentos rurais no Brasil. "Precisamos ver as formas de construir uma transição agroecológica que permita, que crescentemente, um número maior de agricultores produza de forma distinta, orgânica, sustentável. Temos 75 mil agricultores que produzem de forma orgânica ou agroecológica, mas isso é pouco perto do número de estabelecimentos rurais. Temos um desafio muito grande para conseguir ampliar e fazer essa transição agroecológica", destacou o ministro.

Cooperativismo

De acordo com o secretário de estado de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo do Rio Grande do Sul, Ivar Pavan, existem, no estado, 8.500 agricultores com produção orgânica. Para ele, "o homem é o único animal do planeta que envenena os alimentos e oferece ao próprio filho. Uma das diretrizes da nossa secretaria é transitar do modelo de produção atual para o modelo de agroecologia. Já temos a conquista de políticas públicas federais e estaduais, mas que precisam de discussão para que se consolide a produção de alimentos saudáveis a todos", disse

Este é o primeiro Congresso após a instituição da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica e do Plano Brasil Agroecológico. Ele prevê até 2015 um investimento de R$ 8,8 bilhões em quatro eixos fundamentais. "A novidade do plano é que ele procura integrar órgãos e políticas visando adequar, aperfeiçoar e ampliar esses programas visando à produção orgânica e agroecológica. É importante que ele seja conhecido, discutido e aperfeiçoado. Ele é o primeiro plano e como primeiro tem inconsistências, insuficiências, necessidades de aperfeiçoamentos", informou Pepe Vargas.

Reflexão

O objetivo do evento é ser um espaço para reflexão, debate, discussão e de contribuir com um modelo de desenvolvimento sustentável. O presidente do Congresso Brasileiro de Agroecologia, Gervásio Paulos, destacou que vivemos o tempo da agroecologia, ao citar o poeta Victor Hugo quando diz que "nada é mais poderoso do que uma ideia cujo tempo chegou." "E o tempo da agroecologia chegou", completou.

Durante os quatro dias de congresso agricultores e agricultoras familiares, assentados da reforma agrária, povos e comunidades tradicionais, estudantes, pesquisadores, profissionais e consumidores estarão reunidos para debater, refletir e trocar experiências a respeito do conhecimento agroecológico, com foco no desenvolvimento rural mais justo e sustentável.
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