Dólar alto compensa queda em Chicago, e commodities sobem no Brasil
30 Jul 2015 - 12:56
Folha de S. Paulo
Os preços internos da soja se descolam dos da Bolsa de Chicago -praça formadora dos preços internacionais dos grãos- e continuam subindo, mesmo com a queda naquela Bolsa.
Daniele Siqueira, analista da AgRural, diz que, apesar da queda em Chicago, a alta do dólar faz os negócios "rolarem" no Brasil.
Siqueira diz que o mercado brasileiro primeiro foi favorecido pela alta de preços em Chicago, que perdurou de meados de junho a meados de julho.
Essa alta foi provocada pelo clima nos Estados Unidos e pela redução dos estoques norte-americanos de soja.
Quando os preços começaram a cair na Bolsa de Chicago, a alta interna foi mantida devido à depreciação do real.
O primeiro contrato da soja recuou de US$ 10,25 por bushel (27,2 quilos) no dia 15 deste mês para US$ 9,83 nesta quarta-feira (29). A queda foi de 4%.
Nesse mesmo período, as saca de soja subiu de R$ 66 para R$ 70 em Cascavel (PR); de R$ 62 para R$ 64 em Rio Verde (GO); e de R$ 55,50 para R$ 58 em Sorriso (MT).
No porto de Paranaguá, importante saída do produto para o mercado externo, a saca de soja subiu de R$ 71 para R$ 76.
Com essa evolução positiva dos preços, os produtores aceleraram as vendas da oleaginosa. Em maio, conforme dados da AgRural, as vendas de soja da safra 2015/16 somavam 6% do total que deve ser produzido.
No final de junho, as vendas já atingiam 17%, e os dados deste mês, ainda não disponíveis, deverão apresentar nova aceleração, segundo Siqueira.
O produtor ganha nos preços de parte dos grãos que comercializa, mas, como ocorre com os demais setores da economia, vai sentir no bolso a elevação dos custos.
Essa elevação virá também como efeito do próprio dólar, já que boa parte dos insumos é importada.
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