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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Notícias | Economia

Produtores de vinho do Vale dos Vinhedos ganham registro de denominação de origem do Inpi

Os produtores de vinho do Vale dos Vinhedos, na região serrana do Rio Grande do Sul, ganharam o registro de indicação geográfica (IG), na modalidade denominação de origem (DO), do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).

O presidente da Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), Rogério Carlos Valduga, comemorou a decisão do Inpi, anunciada nesta terça-feira (11), na capital fluminense. O novo registro se soma ao anterior, concedido em 19 de novembro de 2002, que tornou os vinhos e espumantes da região os primeiros produtos brasileiros com indicação geográfica, na modalidade indicação de procedência (IP).

O Inpi informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a denominação de origem é a espécie de IG mais complexa e valiosa. O registro evidencia um diferencial, disse à Agência Brasil o presidente da Aprovale. “A indicação geográfica demonstra que o produto é um patrimônio regional. Você tem normas para preservar a identidade do produto”, declarou.

Com o novo registro, a perspectiva é obtenção de maiores vantagens. “Com certeza, a DO vai ressaltar cada vez mais a qualidade dos nossos produtos, porque quando ela reconhecida, passa a carregar o nome de uma região. Ou seja, denominação de origem Vale dos Vinhedos. Isso é extremamente importante”. Com a DO, o produto passa a ser relacionado com a terra, as pessoas, a história e a região.

Além disso, ela também atua no controle, desde a seleção e o início do plantio das uvas, até a produção final dos vinhos. “Vai fazer com que o consumidor, quando estiver na gôndola de um supermercado ou na mesa de um restaurante, ao escolher um vinho com denominação de origem Vale dos Vinhedos, vai ter a tranquilidade e a garantia da qualidade do produto dentro daquela garrafa”, observou Valduga.

Os produtores têm agora prazo de 60 dias para pagar a taxa de expedição do certificado para que ele entre em vigor. A medida atenderá solicitação feita em 2010 pelas 31 vinícolas associadas à Aprovale. A produção do Vale dos Vinhedos varia entre 12 milhões e 14 milhões de garrafas de vinho por ano, com destaque para as variedades merlot, entre as uvas tintas, e chardonnay , entre as uvas brancas, que melhor se adequaram à região. “Sobressaem em função da sua qualidade, em virtude de essas videiras terem se adaptado muito bem ao solo e ao clima da nossa região”.

A partir da concessão do primeiro registro de IG, em 2002, na modalidade indicação de procedência, a produção e a comercialização da região aumentaram cerca de 30%. Com o novo registro de denominação de origem, a expectativa é “crescer, pelo menos, mais 10%”, estimou Rogério Valduga.

Os pequenos produtores do Vale dos Vinhedos têm média de 2,5 hectares plantados por família. Nesse processo, é importante a agregação de valor em função da qualidade, destacou Valduga. “Porque a gente consegue até pagar mais ao produtor. Com isso, ele consegue permanecer na terra, porque ele vai rentabilizar mais”.
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