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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Notícias | Economia

Preços de passagens áreas nacionais despencam e brasileiros viajam mesmo com crise

 Primeiro semestre de 2015 teve guerra de promoções entre as companhias aéreas

Os brasileiros mal se lembram da última vez em que viram preços de passagens aéreas nacionais tão baratas quanto nos primeiros seis meses de 2015. Com a economia estagnada, as viagens a negócios tiveram queda e sobraram mais assentos nos aviões.

As companhias aéreas só tiveram uma saída: baixar os valores dos bilhetes para atrair o turista e quem se deu bem foi o brasileiro. A estratégia deu certo e deve contribuir para diminuir ainda mais o valor médio dos bilhetes aéreos.

Nos últimos dez anos, os preços caíram 48%, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Pesquisa feita pelo site ViajaNet a pedido do R7 reforça o comportamento das passagens e mostra que alguns trechos tiveram redução ainda superior a essa marca entre 2014 e 2015.

Por exemplo, pelo trecho de São Paulo a Recife, paga-se hoje, em média, R$ 293. No ano passado, o valor era R$ 730. O mesmo acontece do Rio de Janeiro para Belo Horizonte: hoje, R$ 94; em 2014, R$ 210.

Maurício Emboaba, consultor técnico da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), diz que, apesar de menos rentáveis, as passagens mais baratas foram uma forma de as companhias reagirem à crise.

— É melhor voar com assentos pagando pouco e ocupados do que voar vazio. Acaba sendo um momento bom para comprar, porque se encontram preços realmente baixos. É por isso que, em um momento da economia difícil, as pessoas continuam a comprar.

A afirmação de Emboaba é confirmada por dados da Anac, que mostram que, de janeiro a maio, a demanda por voos domésticos cresceu 5,03%. Os aviões estão decolando com taxa média de ocupação de 78,2% — índice que se aproxima da aviação norte-americana. Os últimos números que a agência possui são de maio, quando foram transportados 7,8 milhões de passageiros dentro do País.

Segundo levantamento do Fórum Econômico Mundial, o Brasil avançou 45 posições em competitividade de preço no setor de viagens, passando da 126ª para a 81ª colocação, entre 140 países. Esse cenário também inclui um brasileiro mais disposto a viajar do que nunca.

Uma pesquisa do Ministério do Turismo com 2.000 famílias mostra que 64,4% delas pretendem fazer pelo menos uma viagem de avião até outubro deste ano. Esse percentual é o segundo mais alto em 37 meses.

A operadora de turismo CVC, por exemplo, diz que a experiência mostra que os brasileiros não costumam cancelar férias, mesmo em épocas de economia difícil. Além disso, muitas pessoas deixaram de viajar nas férias de julho do ano passado, por causa da Copa do Mundo. Esse fato também serviu para aquecer as vendas no começo de 2015.

Turismo interno

Apesar do bom desempenho das vendas de passagens internacionais este ano, a alta do dólar fez muitos viajantes curtirem as férias dentro do Brasil. Segundo a CVC, com a aproximação do inverno, houve aumento de aproximadamente 30% da procura por pacotes para Campos do Jordão (SP), Serra Gaúcha (RS) e Petrópolis (RJ). A empresa também vai ampliar as ofertas de voos para o Nordeste, para aqueles clientes que querem fugir do frio em julho e agosto.

As promoções de passagens para os Estados Unidos entre janeiro a março podem ter efeito no turismo interno, conforme explica o diretor de marketing do ViajaNet, Gustavo Mariotto.

— Os preços internacionais caíram bastante no primeiro trimestre, os assentos foram vendidos e agora a tendência é que haja uma migração para o mercado doméstico, já que as passagens para fora ficaram um pouco mais caras.
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