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Sábado, 20 de abril de 2024

Notícias | Economia

Treze países pedem que UE exclua produtos agrícolas de acordo com o Mercosul

Treze países europeus, entre eles França, Austria e Grécia, pediram hoje à União Europeia que excluaos produtos agrícolas considerados “sensíveis”, como lácteos e carnes, das futuras trocas de oferta com o Mercosul. Segundo o grupo de países, a inclusão desses produtos geraria efeitos negativos para a economia.

O assunto foi tratado durante um conselho de ministros europeus de agricultura a pedido da Austria, Chipre, Estônia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Polônia, România e Eslovênia.

Esses países apresentaram um documento para expressar seu rechaço à apresentação de propostas de cotas sobre produtos sensíveis na oferta que a União Europeia apresentará ao Mercosul nos próximos meses.

Os ministros pediram espaço para examinar estes pontos antes que a União tome uma decisão sobre o futuro entre os dois blocos.

“Uma oferta ao Mercosul que contenha cotas para produtos sensíveis seria vista possivelmente como uma provocação pelo setor agrícola europeu e poderia ter um efeito dominó em todas as demais negociações comerciais existentes e em particular as realizadas com os EUA”, alertam os tree países na declaração.

“Em concordância com as medidas adotadas no marco de sua política agrícola, a União Europeia deve demonstrar que está levando em conta integralmente os interesses ofensivos e defensivos da agricultura europeia e dos setores alimentares na sua política comercial”, lembra.

Os ministros destacaram que a Comissão Europeia anunciou sua intenção de iniciar uma nova troca de ofertas com o Mercosul nos próximos meses e que, por isso, iniciou um trabalho preparatório com os Estados membros.

“Os países do Mercosul são líderes mundiais nos mercados agrícolas e seus setores agropecuários e alimentares são muito competitivos”, assinalam os treze países.

Acrescentam ainda que o tratamento dado aos produtos agrícolas considerados sensíveis deve ser ajustado com o máximo cuidado e pedem que se leve em conta a anàlise do impacto acumulado das cotas assinadas pela União Europeia nas negociações bilaterais.

Segundo eles, durante esta negociação, a última troca de ofertas entre os dois blocos, que data de 2004, “não pode ser considerada como referência” porque é muito desequilibrada e levou a suspensão das negociações.

Além disso, destacam que “respectivas situações econômicas mudaram profundamente desde então”.

“Consequentemente, para que as negociações sejam coerentes com as ambições da União Europeia e conclusivas, é necessário proceder etapa por etapa e planejar cuidadosamente a sequência das negociações para assegurar em cada fase compromissos de todas as partes e um equilíbrio suficiente entre cada oferta”.

Os países enfatizam ainda que “o setor agrícola europeu encara uma difícil crise” que levou a Comissão Europeia a tomar medidas em 2015 e de novo em março que “até o momento não conseguiram resolver a situação, que segue sendo muito difícil para muitos setores agrícolas”.

Também o Comitê de Organizações Agrícolas e Cooperativas Comunitárias (Copa-Cogeca) pediu aos ministros que rechassem qualquer oferta da Comissão Europeia que inclua produtos agrícolas sensíveis nas negociações com o Mercosul e alertou para o seu “impacto catastrófico sobre o setor agrícola da União Europeia”, em particular para a pecuária.

O secretário geral da organização, Pekka Pesonen, lembrou que os agricultores da União “já estão sopfrendo uma crise sem precedentes por conta dos baixos preços do mercado e dos altos custos das matérias primas”.

Nesse contexto, acrescenta que os países do Mercosul já são grandes exportadores de matéria prima agrícola para a União Europeia e que 86% das importações de carne bovina e 70% da carne de frango é opriginária do continente sul americano.

“eles não precisam, portanto, de cotas adicionais livres de tarifas para aumentar seu comércio com a União Europeia” acrescentou Pesonen ao suistentar que essas importações “não respeitam os elevados padrões ambientais e de qualidade europeus” e mostrar sua preocupação pelos aspectos sanitários da produção de carne no Mercosul.
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