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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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NO FINAL DE SEMANA

Sem resposta de tradings, caminhoneiros prometem ampliar pontos de fechamento de rodovias; veja vídeo

Foto: Roberto Pessoa/Sindicam

Sem resposta de tradings, caminhoneiros prometem ampliar pontos de fechamento de rodovias; veja vídeo
A paralisação dos caminhoneiros e empresários do transporte de carga a granel em Rondonópolis deve continuar no final de semana na BR-364 e há possibilidade do protesto por melhores fretes ganhar a adesão da categoria em outros Estados. O setor econômico afirma que até o momento não houve nenhuma convocação por parte das tradings para uma conversa.

Caminhoneiros autônomos, empregados e empresários do transporte de cargas a granel fecharam no início da manhã desta sexta-feira, 13 de janeiro, a BR-364 em Rondonópolis.

O bloqueio ocorre em três pontos do município, de acordo com a Concessionária Rota do Oeste, sendo dois pontos na BR-364 na saída de Rondonópolis para Cuiabá, onde estão bloqueadas uma das faixas da pista duplicada sentido sul no Km 206 e duas faixas das pista duplicada no sentido norte no Km 201. O terceiro ponto fechado é o Km 119 da BR-163 na saída de Rondonópolis sentido Mato Grosso do Sul.

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O manifesto, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Movimento dos Transportadores de Grãos (MTG), é pacífico e sem ocorrência de incidentes.

Ao Agro Olhar o empresário e um dos representantes do movimento Gilson Baitaca afirmou que até o momento não houve nenhum posicionamento por parte das tradings. Questionado sobre a permanência do movimento do transporte de cargas graneleiro mato-grossense Baitaca ressaltou que este deve seguir durante o final de semana.

"Estamos chamando todos os envolvidos no transporte graneleiro para essa mobilização até que consigamos fazer um acordo de valores de frete para esse ano de 2017 juntamente com as tradings, de preferência que seja diretamente com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) que representa todas as tradings que operam, industrializam e comercializam aqui em Mato Grosso", explica Baitaca.

Conforme o Movimento dos Transportadores de Grãos (MTG), há possibilidade do movimento iniciado em Mato Grosso ganhar proporções nacionais e ser realizado em nos demais Estados produtivos.

O protesto que ocorre em Rondonópolis é pela busca de um frete que remunere o transporte de cargas graneleiro em Mato Grosso de modo que cubra os custos do setor. Como o Agro Olhar já comentou, hoje cerca de 50% do custo do transporte de cargas é com combustível.

Em janeiro, conforme a categoria, o preço do frete já caiu cerca de R$ 15 em comparação a este período em 2016, ou seja, o setor de transporte iniciou a safra com o frete na faixa de 10% inferior ao preço praticado neste período na safra 2015/2016. Ainda segundo a categoria, levando-se em conta os aumentos praticados no combustível e demais custos operacionais e administrativos se está trabalhando com uma remuneração abaixo dos custos reais.

Ainda de acordo com Baitaca, a reivindicação do transporte graneleiro em Mato Grosso é apenas o valor do frete. O setor aguarda a aprovação e regulamentação do Projeto de Lei 528/2015, que cria a Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário de cargas. O projeto foi aprovado por unanimidade pelos deputados federais que compõe a Comissão de Viação e Transporte na Câmara Federal em dezembro de 2016 e hoje encontra-se na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania para analise.

O Agro Olhar entrou em contato com a Abiove e a entidade por meio de sua assessoria de imprensa declarou que "não irá se pronunciar a respeito".


(Vídeo: Gilson Baitaca)

Crise

O setor do transporte de cargas, principalmente de grãos, vem passando por uma crise há três anos aproximadamente, tendo o seu “enterro do segmento” com a quebra da safra 2015/2016, onde somente entre soja e milho foram quase 9 milhões de toneladas a menos produzidas .

Em 2015, como acompanhado pelo Agro Olhar, os caminhoneiros em Mato Grosso chegaram entre os meses de fevereiro e março a bloquear as principais rotas de escoamento da produção de grãos. Em todo o país foram realizados manifestos em prol de melhores condições de trabalho e um frete que cubra os custos de produção.

O projeto de lei 528/2015 foi criado após as paralisações realizadas no primeiro semestre de 2015, aonde em Mato Grosso todas as principais rotas de escoamento da produção agropecuária com destino aos portos chegaram a ficar bloqueadas. O texto visa o estabelecimento de uma tabela de preço mínimo para o frete, que hoje não cobre os custos de operação do setor de transporte de cargas.
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