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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Demanda reprimida

Venda de carros em MT cresce 30% em 2018 e supera média nacional; cenário exige cautela

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Venda de carros em MT cresce 30% em 2018 e supera média nacional; cenário exige cautela
Superando as expectativas do setor, o comércio de veículos novos mostrou resultados consistentes nos primeiros meses de 2018. Em Mato Grosso o crescimento de 30% no volume de vendas supera a média nacional, de 20%, mas ainda exige cautela dos empresários, que recuperam um, dos quatro anos de crise que abalaram as concessionárias. Neste contexto, os principais elementos que solidificaram a retomada foram a separação da agenda política e econômica, queda na taxa de juros, contenção da inflação e a abertura de uma demanda reprimida.

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A avaliação é do presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Paulo Boscolo. “Estamos recuperando um dos anos ruins da crise. Esse número representa menos da metade do que o mercado caiu de 2014 pra cá. Nesse período a queda foi de quase 70%. Esses 30% representam uma boa retomada mas ainda não significam a recomposição plena. Isso acontecerá gradualmente. Chegamos aos números que tínhamos em 2008. Regredimos 10 anos na história”, explicou ao Agro Olhar.

O que acontece agora é que apesar da melhora nos emplacamentos, as concessionárias entram em um ciclo negativo de resultados do pós-venda. Isso porque há um delay de dois ou três anos entre as vendas e revisões. Estamos fazendo as revisões nos carros que vendemos há dois ou três anos. Como foram anos muito ruins, então a oficina piora muito”, diz. Assim, quando se avalia um bom desempenho num período ainda de recuperação de crise, há fatores pontuais que podem estar influenciando o mercado e, por isso, o momento ainda não seria de comemoração.
O presidente da Fenabrave, Paulo Boscolo. Foto: reprodução.
Em Mato Grosso, o crescimento em abril, em relação a março, foi de 8,24%, sendo que no Brasil o crescimento foi de 4,20%. Em abril foram emplacadas 8.053 unidades e em março 7.440.Com relação ao acumulado dos primeiros meses, as previsões iniciais apontavam para aumento entre 8 e 9%, porcentagem superado em quase 3 vezes graças a força do agronegócio, que passa por um bom momento tanto na pecuária, quanto na produção de grãos.

“Temos muitos clientes diretamente ligados ao agronegócio diretamente, mas o setor acaba movimento tudo. Por mais que, outro tipo de comércio, como por exemplo o de confecções, pareça não ter relação nenhuma com o agronegócio, ele acaba sendo fomentado também. E assim segue para o supermercado, restaurante, o médico. Todo o leque de atividades é fortemente fomentado pelo agro no Estado.”

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o crescimento em abril foi de 53,68% e assim o resultado de Mato Grosso ficou bem acima da média nacional, onde o aumento nesta comparação foi de 34,8%. "Boa parte da expansão se deve ao maior número de dias úteis em abril deste ano - três a mais. De qualquer forma, Boscolo afirma que os dados são sinais claros de reaquecimento da economia. Taxa de juros mais baixas e lançamento de novos veículos pelas montadoras atraiu mais consumidores", considera Boscolo.

Por segmentos:

Automóveis e comerciais leves

O segmento que engloba automóveis e comerciais leves cresceu 15,70% em abril com a venda de 4.178 unidades. Em março, vendeu-se 3.611 unidades. O concessionário Edson Maia explica que o desempenho positivo, entre os fatores de maior aprovação de financiamentos e confiança do consumidor, também está relacionado a um "represamento" de emplacamentos que ocorreu no final de março. "Emplacamentos que eram para ter ocorrido no final de março, foram realizados em abril, o que ocorreu para algumas marcas", explicou Edson Maia.  "De fato o segmento tem reagido, mas o setor em geral ainda está preocupado com o faturamento, pois ainda não recuperamos vendas perdidas nos piores anos da recessão econômica", completou.

Caminhões

O segmento de caminhões e ônibus no mercado mato-grossense em abril (257 unidades) apresentou crescimento de 7,98% em comparação com março (238 unidades).  O concessionário Carlos Melnec destaca que "o crescimento é reflexo da renovação de frotas que estavam reprimidas nos últimos anos".

Como o automóvel é um bem de consumo de valor agregado elevado, houve uma demanda reprimida nesses três anos de crise. Não só para o consumidor final, mas principalmente para o frotista. No segmento de caminhões houve crescimento de 100% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso porque, mesmo não sendo uma venda por impulso, é uma renovação de frota que o empresário do segmento do transporte vinha adiando.

Logo, quando abriu-se um cenário um pouco mais estável que desencadeou esse movimento generalizado, afirma Paulo.

Motos

Em abril, no mercado de duas rodas, foram vendidas 3.176 unidades. Já em março foram comercializadas 3.095. Desta forma, a alta é de 2,62%.
Implementos rodoviários 

O único segmento que teve baixa foi o de implementos rodoviários com queda de 24,1%. Abril registra 211 unidades, já março teve 278 unidades.
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