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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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REFLEXO DOS BLOQUEIOS

Com greve, faturamento de concessionárias reduz 70% e empresas sofrem com falta de peças

Foto: Reprodução

Com greve, faturamento de concessionárias reduz 70% e empresas sofrem com falta de peças
O faturamento de concessionárias de caminhões em Mato Grosso registraram, na última semana, uma queda de 70% no faturamento. Com os bloqueios dos caminhoneiros nas estradas, iniciados no último dia 21, as concessionárias também já sofrem com a falta de peças.

O diretor regional da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave-MT), Paulo Boscolo, espera que, após o acordo firmado entre os caminhoneiros e o Governo Federal no domingo (27), a situação comece a melhorar.

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De acordo com Boscolo, os bloqueios afetaram o embarque de veículos nas concessionárias, já que todas as montadoras dependem do transporte rodoviário. As concessionárias que possuem um estoque maiores não sentiram tanto, mas as que administram um estoque mais ajustado já estão com falta de produtos no show room. O problema maior, no entanto, segundo Boscolo, é com a documentação dos veículos.
 
“O maior problema é, por exemplo, com relação às vendas diretas que são feitas para preceder produtores rurais e frotistas. A gente tem um período de até 30 dias para apresentar o decalque, para abrir o processo de documentação do veículo, a partir da emissão da nota fiscal pela montadora. Mas tem cargas que já vão para 8 ou 9 dias aguardando, e se estourar estes 30 dias terá um problema sério para fazer a documentação, a gente inclusive protocolou um aviso sobre isso ontem na Secretaria de Fazenda, e a própria Sefaz não sabe como vai proceder”.

Um outro problema que as concessionárias estão encontrando é com a falta de peças. De acordo com o diretor regional da Fenabrave as montadoras trabalham com peças de alto giro, com um período que dura não mais que uma semana. Itens como filtros, correias, pastilhas de freio já começam a faltar.

Com os bloqueios veio a escassez de combustíveis nos postos da capital. Em decorrência disso o movimento nos comércios, não só nos relacionados a automóveis, deu uma diminuída. Boscolo conta que o faturamento já caiu drasticamente em alguns setores.

“No primeiro final de semana, que é sempre forte, tem o fluxo de clientes que vão à concessionária fazer test drive, este tipo de coisa, e foi bem mais fraco que o normal, as pessoas estão ficando em casa, ligados nas notícias, economizando combustível. Isso só de carros, já de caminhões eu recebi informações de uma concessionária que disse que na semana passada caiu 70% o faturamento. Então isso não é uma demanda reprimida que depois recupera, é perda de venda mesmo, um buraco no faturamento”.
 
Mesmo com a falta de combustíveis, ele conta que os trabalhadores têm conseguido trabalhar. Com os combustíveis retornando aos postos ele acredita que o movimento deve voltar ao normal em breve.

“Estamos fazendo racionamento, testes reduzidos. E nesse sentido a gente vê a diferença na postura, todo mundo foi trabalhar, de ônibus, caronas, cooperando, os bancos também abriram, mas o serviço público achou por bem determinar ponto facultativo. Hoje nós estamos começando um novo dia, com novas notícias, a gente começa a perceber a disponibilidade de combustíveis em alguns postos, mas até antes disso, apesar de todas as dificuldades a gente não via um nível de revolta dos clientes, ainda prevalece o apoio ao movimento”.

Ele afirma que a Fenabrave apoiou o movimento dos caminhoneiros, mas agora, depois que foi firmado um acordo com alguns representantes de caminhoneiros, esperam que as entregas comecem a voltar ao normal.

“Daqui para frente a gente tem que começar a rever este apoio aos bloqueios, porque o que foi pedido foi concedido, tem uma série de outros pedidos, que aí não pé problema de combustível, é um problema do Brasil como um todo, que na minha opinião tem que ser resolvido nas urnas em outubro. Nós da Fenabrave a princípio apoiamos o movimento dos caminhoneiros, mas a partir do momento em que os próprios representantes dos caminhoneiros, quando começam a dar sinais de que os pedidos foram atendidos, a gente já quer ver as coisas voltarem para o normal”.
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