A demora na regularização das chuvas em Mato Grosso tem preocupado produtores e pode afetar o andamento da safra 2025/2026 de soja. De acordo com a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja-MT), mesmo com o fim do vazio sanitário em 6 de setembro, apenas cerca de 25% da área prevista havia sido semeada até a última atualização do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Segundo a entidade, a falta de precipitações contínuas tem limitado o ritmo das operações no campo, elevando o risco de falhas no estande, necessidade de replantio e encurtamento da janela ideal para a segunda safra de milho. O presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, ressalta que a situação é desafiadora em diferentes regiões do estado.
“O plantio chegou a 21%, mas as previsões de chuva não têm se confirmado. Esperava-se uma aceleração após a segunda quinzena de setembro, e já estamos em meados de outubro sem a regularização das chuvas. Em muitas áreas, há mais de dez dias sem precipitação, o que pode causar falhas na germinação e exigir replantio. Apesar do ritmo de plantio, ainda falta segurança climática para garantir o bom desenvolvimento das lavouras”, afirma Beber.
A Aprosoja reforça que a regularização das chuvas é decisiva para acelerar o plantio e assegurar a janela da segunda safra, especialmente do milho, que tem ganhado espaço na produção mato-grossense. A entidade alerta ainda para o risco de queda na produtividade das lavouras semeadas precocemente e que não receberam chuva suficiente.
“Algumas áreas receberam chuva apenas nos primeiros dias após o plantio. Essas plantas tendem a ficar menores e com falhas, o que pode comprometer a produtividade e, consequentemente, a produção estadual. Além disso, o atraso na soja também preocupa, pois reduz o tempo para o milho ser plantado dentro da janela ideal, até 20 de outubro”, explica o presidente.
Em um ano de margens pressionadas e menor capacidade de investimento, a entidade destaca ainda os impactos financeiros de um possível replantio.
“O custo é muito alto quando o produtor precisa replantar. Ele se vê entre perder a janela da segunda safra ou correr o risco de colher menos. E há ainda outros fatores, como o vigor das sementes, que podem agravar as perdas”, completa Beber.
A Aprosoja-MT segue monitorando o avanço da semeadura e reforça a necessidade de políticas de crédito compatíveis com as dificuldades enfrentadas pelos produtores, a fim de mitigar perdas e preservar a viabilidade econômica no campo.
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