A falta de chuva ameaça a colheita de manga que começa no mês que vem no Polo Frutícola do Vale do Rio Brumado, a cerca de 700 km de Salvador (BA). A previsão é que a região produza apenas metade das habituais 22 mil toneladas da fruta, comprometendo a exportação para os Estados Unidos, hoje em fase de certificação. De acordo com o jornal A Tarde, cerca de um terço da mão de obra no campo já foi dispensada na região.

"Se não chover até 30 de setembro, não haverá água para irrigar a plantação", resume Pedroaldo Souza, gerente administrativo da Associação dos Produtores da Mosca do Fruto de Livramento (Apromol), que agrega produtores da região.

Desde maio, o sistema de irrigação funciona parcialmente. Hoje, usam-se apenas 40% da água necessária para a irrigação da fruticultura local. Da colheita que se aproxima, acredita-se que só os frutos que estão maduros vão se salvar. Mesmos esses devem ser afetados pela falta de água, que deve produzir frutos menos desenvolvidos, o que afeta o valor comercial.

Enquanto os grandes produtores já consideram buscar reforços na produção do Vale do São Francisco, o pequeno produtor, que representa 80% dos envolvidos com o cultivo na região, já encontra problemas para manter a lavoura por falta de capital e começou a dispensar os trabalhadores. Na região, manga, maracujá e da banana são as principais culturas.

Sem esperanças de salvar a colheita, os produtores locais planejam reaver o prejuízo só em 2013. Além da seca, a pior do Estado nos últimos 40 anos, o desperdício de água é apontado como outro grave problema. Os produtores já entregaram ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, um projeto de pressurização para irrigação da região, estimado em R$ 10 milhões. O projeto prevê a instalação de uma estação meteorológica em Livramento para ajudar a otimizar o consumo de água.