A soja guaxa encontrada em beiras de rodovias, perímetros urbanos e outros locais públicos durante o vazio sanitário “não tem dono” e, tampouco, quem a retire desses locais. O risco desse tipo de planta é armazenar e disseminar o fungo causador da Ferrugem Asiática, doença que pode trazer graves prejuízos à cadeia da soja.

Nery Ribas, Gerente Institucional da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), explica que um levantamento feito pela instituição nos últimos meses, que percorreu todo o Estado, revelou grandes quantidades de soja guaxa, a maior parte com esporos da ferrugem.

O período de vazio sanitário já vai para o seu sétimo ano no Estado e, inexplicavelmente, essas plantas em locais inadequados, que podem sobreviver durante todo o período proibitivo, ainda não têm quem as elimine. Elas ficam a cargo de “trabalho voluntário”.

Ribas explica que se uma rodovia faz divisa com uma fazenda, as plantas que nascerem à beira dela, próximas a essa divisa, são de responsabilidade do produtor.

No entanto, em margens de estradas que não cortam fazendas, em obras, em perímetros urbanos e outros locais onde as sementes vão caindo durante o transporte, não há como “puxar a orelha” de ninguém. E nenhuma esfera de governo assume a responsabilidade ou demonstra interesse em assumir.

O gerente técnico da Aprosoja conta que para o próximo vazio sanitário a entidade já está desenhando um projeto no qual os produtores vão reunir esforços e trabalhar pelo controle da soja guaxa.

O projeto, de acordo com Ribas, seguirá os padrões do que a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) já realiza há alguns anos, retirando as soqueiras da planta no encerramento da safra.

Ferrugem pode ser um dos pontos críticos da próxima safra de soja em MT