O ótimo cenário no cultivo de milho em Mato Grosso já deixa um alerta para a próxima safra: a escassez de sementes para o plantio. Na região de Campo Verde (130 km de Cuiabá), a falta do produto já é sentida.
O consultor de vendas Marco Antônio Zain Scarton observa a grande procura pelo produto. Ele atende a cerca de 70 mil hectares de lavouras no município e proximidades, comercializando sementes, defensivos e fertilizantes.
“A semente do milho já começou a ser vendida com o preço 10% mais alto que no ano passado. Com a alta procura e a escassez, o preço vem sofrendo vários reajustes”, afirmou o consultor ao
Agro Olhar.
O custo médio da saca de milho para plantio está na faixa dos 350 reais, preço que sofre alterações de acordo com a variedade comercializada.
O plantio de milho só começa após a colheita da soja, no início do próximo ano. No entanto, em torno de 80% das lavouras atendidas por Scarton já adquiriram os insumos necessários.
Os defensivos utilizados na lavoura não tiveram muita oscilação de preço, revela o consultor. Porém, os fertilizantes registram uma alta de preço na casa dos 15%.
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Cenário favorável
A crise produtiva nas lavouras dos Estados Unidos, propiciada pelo período de maior seca dos últimos tempos no país, tem permitido ao Brasil destacar-se como o mais importante produtor de grãos desta temporada. As lavouras de soja e milho no país foram beneficamente afetadas pela queda produtiva americana, conquistando mais mercado e preços bastante elevados.
Safra recorde
Mato Grosso chega ao fim da colheita de milho neste mês de agosto com uma produção de 15,6 milhões de toneladas, a segunda maior produção do país. Do total, 88% vai para fora do país. O restante deverá ser totalmente absorvido pelo consumo interno, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).