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Sábado, 20 de abril de 2024

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Negociações

Ritmo de exportação de carne bovina deve se manter no segundo trimestre, diz Abiec

O diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio, espera que o ritmo das vendas externas se mantenha no segundo trimestre, em linha com o desempenho do primeiro trimestre. De janeiro a março, as exportações de carne bovina aumentaram 25% em volume e 16% em receita.

– Mas ainda é necessário esperar os números de abril para confirmarmos a tendência positiva – disse o diretor no seminário Perspectivas para o Setor de Alimentos e Agrícola, promovido pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (Apimec-SP) e BM&Bovespa.

Sampaio também explicou que o desempenho do primeiro trimestre foi impulsionado pelo aumento de vendas para Hong Kong. A China, que tem representatividade de cerca de 2% nas exportações totais nacionais, suspendeu as importações do produto brasileiro por conta do evento priônico em uma vaca que morreu no Paraná. Coincidentemente, Hong Kong aumentou as compras no período. As vendas para a Rússia também foram boas no período, impulsionadas pela distribuição das cotas de importação e do impacto positivo das restrições de Rússia ao Canadá e México com relação ao uso do aditivo ractopamina.

Mesmo com a boa performance do começo do ano, a Abiec manteve suas projeções de um crescimento em volume de 10% nas exportações deste ano ante 2012.

– Os mercados que vão impulsionar as vendas brasileiras são Rússia, Hong Kong e países do Oriente Médio – declarou.

Negociações

Sampaio ainda comentou que as conversas com os principais países que suspenderam as compras da proteína brasileira por conta do evento priônico continuam, mas ainda não há nada de concreto. No próximo dia 06, a Abiec estará em Hong Kong fazendo um trabalho de promoção da carne bovina brasileira e depois, nos dias 8 e 9, seguirá para Pequim (China) para se encontrar com representantes do governo brasileiro e chinês a fim de tentar reverter as restrições.

– Apesar de o volume exportado para a China ser pequeno, é um mercado estratégico pelo potencial de crescimento do consumo da proteína – disse o diretor executivo.

Já a Arábia Saudita, outro mercado relevante, será convidada a visitar o Brasil e conhecer o sistema de sanidade nacional.

– Já fizemos tudo o que tínhamos que fazer, mas cada país é um caso – disse.

Nova norma trabalhista dos frigoríficos

Fernando Sampaio falou ainda sobre a nova norma trabalhista dos frigoríficos. Ele disse que o principal entrave para o setor na adequação à nova norma regulamentadora 36 é os intervalos.

– Cada indústria tem as suas necessidades ergonômicas. O assunto gerou impasse e acabou que a norma trará uma padronização. Por isso gerará custo para as empresas, que precisarão de mais pessoal, de adequação de refeitórios, bancos, entre outros – explicou.

Entretanto, especificamente para o setor de bovinos, Sampaio não citou valores para os gastos com essa questão. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) trabalha com uma cifra de R$ 7 bilhões para os próximos dois anos para toda a cadeia de carnes nacional.

Para a JBS, a questão dos intervalos já estava sendo praticada pela companhia. De acordo com o diretor de Relações com Investidores da empresa, Jeremiah O'Callaghan, serão necessários ainda alguns ajustes diante da nova norma.

–Acredito que temos que formalizar esses processos em termos legais e fazer alguns ajustes, principalmente em estrutura, e podemos ver aí um pouco de custo – disse.

Porém, segundo ele, esses custos não serão representativos, porque é a matéria-prima (o boi gordo) que tem maior representatividade no custo de produção da companhia (entre 85% e 90%).

– Não irá se traduzir em maior preço ao consumidor, porque o custo é diluído no total – explicou, ressaltando que ainda não dá para estimar quanto a empresa irá gastar na adequação à lei.
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