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Sexta-feira, 11 de outubro de 2024

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Agronegócio perde R$ 3,8 bilhões com péssimas condições de rodovias

Foto: Imagem ilustrativa

Agronegócio perde R$ 3,8 bilhões com péssimas condições de rodovias
O agronegócio brasileiro joga fora, todos os anos, cerca de R$ 3,8 bilhões devido às péssimas condições das rodovias, segundo o estudo Transporte & Desenvolvimento – Entraves Logísticos ao Escoamento de Soja e Milho, elaborado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgado nesta segunda-feira (25). Somente as perdas dos produtores rurais de Mato Grosso se aproximam de R$ 1,5 bi.


Aponta a CNT que as condições do pavimento das rodovias levam a um aumento de 30,5% no custo operacional com o escoamento da safra de soja e milho. O prejuízo corresponde ao valor de quase quatro milhões de toneladas de soja ou a 24,4% do investimento público federal em infraestrutura de transporte em 2014. Esse dado torna-se ainda mais relevante porque há uma distribuição inadequada da malha de transporte: 65% da soja são escoados por rodovias, 26% por ferrovias e 9% por hidrovias.

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“O transporte se torna mais caro em razão das más condições da infraestrutura. A gente percebe, por exemplo, que se houvesse uso mais intensivo de ferrovias e hidrovias, o custo da movimentação seria mais baixo e mais vantajoso. Como a densidade da nossa infraestrutura ainda é baixa, o custo sobe e o país perde competitividade”, explica o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, por meio da assessoria.

Para efeito de comparação, nos Estados Unidos, principal concorrente do Brasil na produção de grãos, 20% da safra é transportada por caminhões. Na Argentina, o percentual é de 84%, mas as distâncias médias entre regiões produtoras e portos vão de 250 a 300 quilômetros.

Já aqui no país, a distância percorrida por caminhões, do Centro-Oeste (principal área de produção de grãos no país) até os portos do Sul e do Sudeste, chega a ser superior a dois mil quilômetros. Isso ocorre na maior parte dos deslocamentos de soja e milho, já que, atualmente, 67% das exportações ocorrem pelos portos de Santos (SP), Paranaguá (PR) e Rio Grande (RS).

A má qualidade das rodovias é considerada problema grave ou muito grave por 85,8% dos embarcadores ouvidos pela CNT. Segundo o levantamento, as vias utilizadas para escoamento de soja e milho apresentam alguma deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria.

O Brasil ocupa o 122º lugar no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial em relação a rodovias. Os Estados Unidos estão na 16ª posição e, a Argentina, na 110ª.
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