A falta de chuva volta a prejudicar as lavouras de soja em Mato Grosso, em especial as plantas que estão em fase de preenchimento do grão. A falta da presença de água ainda está elevando a incidência da mosca branca, considerada nesta safra 2014/2015 a principal praga. A colheita em Mato Grosso teve início no dia 19 de novembro e em 21 dias de máquinas ligadas apenas 2% dos 8,866 milhões de hectares de oleaginosa plantados foram colhidos.
A região Oeste é a mais avançada com a colheita, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), com 4,9% de seus 1,089 milhão de hectares semeados. Em seguida vem o Sudeste mato-grossense com 2,4% de 1,922 milhões de hectares e o Médio-norte com 1,9% de seus 3,064 milhões de hectares de soja. No Centro-sul 1,6% de 640,1 mil hectares e o Noroeste 0,6% de 608,2 mil hectares. O Norte colheu 0,2% de 200,3 mil hectares e o Nordeste ainda não iniciou a colheita em seus 1,341 milhão de hectares.
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Entre os municípios Sapezal e Campos de Júlio são os mais avançados com 6% e 5% de suas respectivas áreas colhidas. Campo Novo dos Parecis chega a 4%. Sorriso, principal cidade produtora com 580,6 mil hectares de soja, os trabalhos chegaram a apenas 2% da área. Em Sinop 1,5%, Lucas do Rio Verde 3% e em Nova Mutum 2,5%.
Relatos de produtores, principalmente nas redes sociais, mostram que em algumas localidades de Mato Grosso não chove há 15 dias e as áreas que mais sofrem, segundo o produtor em Campos de Júlio e ex-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso e Brasil (Aprosoja), Glauber Silveira, a soja mais prejudicada com a falta de chuva é a semeada em áreas mais arenosas.
A previsão entre esta sexta-feira (09) e segunda-feira (12) é de chuva no Estado, com máxima na casa dos 36ºC.
Segundo o produtor em Sorriso e presidente do Sindicato Rural, Laércio Lenz, a soja colhida no município é a plantada em área de irrigação entre setembro e a primeira quinzena de outubro. Ele comenta que a soja semeada a partir da segunda quinzena de outubro deverá ser colhida em fevereiro, o que representa 80% da área plantada.
“A falta de chuva voltou a prejudicar as lavouras, agora afetando o preenchimento de grãos e possibilitando a presença da mosca branca”, comenta Lenz. Conforme o produtor em Sorriso, pragas e doenças como a ferrugem asiática estão sob controle com a falta de chuva. Outra praga com pouca incidência nesta safra 2014/2015 é a Helicoverpa armigera. Já a lagarta falsa medianeira a presença “é pouca”. “Sempre há algo para atrapalhar. Na safra 2013/2014 tivemos excesso de chuva e ferrugem asiática”, lembra.
Preços x Custo de Produção
No mercado interno a saca de 60 quilos de soja está em média cotada a R$ 56,60, enquanto em 2014 em janeiro a média ficou em R$ 55,07. Já no mercado internacional o bushel está a US$ 10,46 nesta sexta-feira (09), alta de 1,5% em relação à quinta-feira (08). Para contratos com entrega em maio US$ 10,54 e em julho US$ 10,59, conforme o CME/CBOT.
De acordo com Laércio Lenz, o preço da soja no mercado internacional está em torno de 10% ante esta época em 2014, enquanto o custo de produção, motivado pelas constantes altas do dólar, subiu entre 10% e 15%. “Esperamos que melhorem nos próximos dias os preços no mercado internacional”.