Grandes grupos do agrobusiness estão extinguindo ou diminuindo suas atividades na Argentina devido aos altos custos tributários e de arrendamento, segundo analisa o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira.

Em seu blog “Soja”, Silveira conta que esteve no país vizinho pelo projeto Soja Brasil para acompanhar o andamento da safra. Ele relata que o que mais lhe surpreendeu foi a saída da maior parte dos grandes grupos.

Ele cita, por exemplo, o El Tejar, que em 2010 plantava 300 mil hectares na Argentina e nesta safra não plantou nada. Los Grobo plantava 170 mil hectares e reduziu para 50 mil este ano. O Grupo Molinos plantou 150 mil hectares na safra anterior e nesta não semeou nada.

Leia também:
Disponibilização de terras para indígenas é desproporcional, afirma integrante da FPA
Imea alerta que pecuarista deve planejar venda futura e compra de insumos

“O governo é um dos problemas, pois fica com 35% do valor da venda da soja, já na compra dos insumos ele cobra 21% e uma parte do valor o governo credita ao produtor, mas a dificuldade é que o próprio governo não tem devolvido”, explica o presidente da Aprosoja Brasil.

Ele complementa: “O custo de produção está em torno de 300 dólares, o arrendamento está em torno de 500 a 600 dólares ou 1500 kg por ha. O arrendamento e o custo de produção ficam em 37 sacas/ha, assim um produtor que arrenda e colher 60 sacas/ha tem como despesas: 21 sacas de impostos, 12 sacas de custo e 25 sacas de arrendamento o que gera um custo de 58 sacas, ou seja, totalmente inviável”.

Apesar de algumas variáveis climáticas, a safra na Argentina segue em boas condições e, segundo estimativas da Bolsa da Argentina, deve ter incremento e colher em torno de 53 milhões de toneladas este ano.