Utilizar-se apenas de agroquímicos no controle de doenças nas lavouras brasileiras é um modelo pouco sustentável e que deve ser repensado. O caminho da eficiência aliada a práticas mais sustentáveis é a união dos manejos químico, biológico e ambiental.
De acordo com o pesquisador Murilo Lobo Júnior, da Embrapa Arroz e Feijão, o controle químico fará um trabalho mais eficiente e otimizado se combinado com o biológico, e ambos terão sucesso aliados, também, a outras práticas no ambiente.
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Em palestra na última semana em Campo Verde (130 km de Cuiabá), o pesquisador apresentou estudos sobre o controle da doença Mofo Branco em feijão e soja e pontuou resultados positivos em experimentos.
Além do controle químico com fungicidas, Lobo Jr ressaltou o uso de controle biológico através de Trichoderma spp., um fungo que inibe o crescimento de diversos patógenos, em destaque a Sclerotinia, agente causadora do Mofo Branco.
É importante somar tratamento das sementes (principal meio de contaminação), plantio da cultura na época certa, semeadura rasa, espaçamento conforme ajuste fitotécnico.
Como ferramentas ambientais, o pesquisador ressalta a importância da rotação de culturas, mas pondera que, no caso do Mofo Branco, essa medida sozinha não resolve o problema. O plantio direto é citado como boa medida de supressão da doença em médio o longo prazo.
Lobo Jr afirma que a Embrapa tem tido ótimos resultados no que diz respeito à gestão de palhada sobre o solo, o que funciona como barreira física contra dispersão da doença, além de propiciar os micro-organismos que atacam o fungo. Neste sentido, as áreas com integração lavoura/pecuária tem tido ótimos resultados no controle natural do Mofo Branco.