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Manifestação em defesa do etanol reúne milhares no interior de SP

Agência Estado

 Em duas manifestações, cerca de 4 mil pessoas - entre usineiros, políticos, agricultores, fornecedores e trabalhadores em usinas de açúcar e álcool - foram às ruas nesta quinta-feira, 24, em Jaú e Piracicaba, no interior de São Paulo, para protestar contra a crise no setor sucroenergético e defender o uso do etanol na frota nacional de veículos. Organizadas pelas associações de plantadores de cana, as manifestações serviram para chamar a atenção do governo federal para o problema e reforçar as reivindicações do setor para enfrentar a crise, que já causou o fechamento de 48 usinas nos últimos quatro anos.

Um dos líderes do movimento, o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), coordenador da Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, que participou da manifestação em Jaú, enumerou as reivindicações do setor: aumento da mistura de etanol, de 25% para 27,5%, na gasolina; compra de energia elétrica produzida pelas usinas, cujo preço da biomassa sai mais em conta, de US$ 160 o megawatt (MW) contra US$ 300 pagos pelo governo; inclusão do veículo movido por etanol e gasolina como modelo híbrido no programa Inovar-Auto; e a adoção de benefícios tributários para a comercialização do etanol. 'Não dá para aceitarmos que o etanol pague o mesmo imposto que a gasolina, que é poluente e não gera empregos', afirmou. 'O governo gastou U$ 16 bilhões para abastecer a frota nacional com gasolina importada, que poderia ter sido substituída pelo etanol', completou.

Em Jaú, milhares de pessoas se reuniram nas proximidades do trevo entre as rodovias Comandante João Ribeiro de Barros (SP-225) e Leônidas Pacheco Ferreira (SP-304). Dezenas de caminhões, ônibus e tratores ficaram estacionados num terreno próximo à multinacional fabricante de máquinas agrícolas New Holland. Chamada de Dia de Competitividade do Etanol, a manifestação ganhou reforço de trabalhadores de quatro usinas da região, que paralisaram as atividades nesta quinta-feira em solidariedade ao movimento.

Os organizadores também distribuíram 20 mil litros de etanol para motoristas que fixaram o selo da campanha em seus carros. 'Estamos externando nossa indignação com o tratamento dado pelo governo federal ao setor', disse Eduardo Vasconcelos Romão, presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Região de Jaú (Associcana), uma das quatro associações que organizaram o movimento na região de Jaú.

Em Piracicaba, os manifestantes percorreram as ruas do centro da cidade em passeata e levaram dezenas de caminhões e tratores numa carreata para chamar a atenção dos moradores para os problemas vividos pelo setor. O presidente da Cooperativa dos Plantadores de Cana de Piracicaba e Região (Coplacana), que organizou o movimento na região, alertou para as dificuldades vividas pelos plantadores de cana, que em sua maioria, cerca de 80%, são formados por médios e pequenos produtores rurais. 'A situação está se tornando insustentável. É preciso de subsídios e política públicas que viabilizem o setor', disse.Segundo os líderes do movimento, novas manifestações serão ser realizadas em outras regiões de São Paulo e do País até o fechamento dos protestos com uma marcha à Brasília, ainda em maio.
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