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Administrar o negócio é mais difícil que suceder, frisam produtores e empresários; Veja fotos

Da Redação – Viviane Petroli

Suceder o negócio da família pode ser uma tarefa “fácil”, porém administrar o negócio é a parte mais difícil. A sucessão e a administração foram os principais pontos debatidos durante o primeiro encontro com a segunda turma do projeto Futuros Produtores do Brasil no último dia 31 de maio. Para os jovens a troca de experiência com pessoas que passaram pelo que eles estão vivenciando agora é de suma importância para erros serem evitados.

Os 26 jovens que participaram da primeira edição do Projeto Futuros Produtores do Brasil se reencontraram no sábado pela manhã para dar continuidade ao aprendizado de 2013. O reencontro ocorreu na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), idealizadora do projeto juntamente com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Mato Grosso (Senar-MT).

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Na opinião do diretor administrativo da Famato e produtor em Sorriso, Nelson Piccoli, é preciso saber gerir para mais tarde não esbarrar em questões, como a tributária, que podem vir a atrapalhar o negócio.

A questão apontada por Piccoli foi frisada pelo palestrante e diretor administrativo do Grupo Guerino Ferrarin, André Pivetta Ferrarin. “Sucessão familiar é fácil fazer. O difícil é dirigir a empresa. Além disso, é preciso saber respeitar um ao outro”.

De acordo com André, ele e os dois irmãos decidiram em meados de 2003 assumir o negócio da família que começou há mais de 40 anos com o pai em Palmeiras das Missões, no Rio Grande do Sul, e que em Mato Grosso chegou ao início da década de 1980.O Grupo Guerino Ferrarin é especialista em transporte, armazenagem e produção de grãos. “Eu e meus irmãos nos formamos em áreas diferentes. Enquanto eu me formei em direito, eles se formaram em administração. Porém, o conhecimento de cada um se integrou. O mais difícil é você saber lidar com o fato de que você é um colaborador na empresa e acatar as ordens de seu irmão, ou seja, é difícil você separar o lado profissional do efetivo”.

André conta que o pai sempre quis montar uma empresa agrícola e sempre deixou claro o desejo de ver os filhos à frente da empresa.

Para o gerente de vendas em Mato Grosso da Monsanto, parceira em 2014 do projeto, Marcelo Neves, é importante que os trabalhos de incentivo com os jovens comece desde cedo. “Sabemos dos desafios do campo e o futuro do agronegócio está nas mãos destes jovens”.

Decisão própria

Os jovens do grupo revelam que a decisão de suceder e administrar o negócio da família partiu deles próprios e que os pais em nada influenciaram. É o caso de Matheus Lenz e Lucas Obuti, ambos de 19 anos.

Para os meninos o aprendizado no projeto tem sido de suma importância. “Tudo o que aprendo aqui coloco em prática na fazenda e às vezes o pai corrige, por ter mais experiência”, diz Matheus.

Lucas revela ter consigo ganhar mais confiança do pai. “Eu pensava em assumir os negócios da família no futuro e não agora. Meu interesse mudou totalmente depois que entrei no projeto. Hoje, meu pai tem mais confiança e segurança comigo”.

Arnaldo de Campos é de Cotriguaçu e diretor regional da Famato. O filho dele faz parte da turma de jovens que iniciaram no projeto em 2014. “Acredito muito no agronegócio e se temos muita dificuldade com a sucessão. O campo está ficando velho e projetos como este vem para ajudar a mudar a visão dos jovens. Às vezes como pai não conseguimos fazer isso. Ouvir de outras pessoas é importante”, frisa.

O produtor em Sorriso e presidente do Sindicato Rural do município, Laércio Lenz, frisa que não é fácil começar um negócio. “Nos começamos no sul com lavoura de subsistência e não como um negócio. A sucessão familiar é importante. Se eu tiver de sair da propriedade para resolver algo tenho alguém para cuidar e essas pessoas são meus filhos que decidiram por conta própria seguir os meus passos e do avô”, diz Lenz que é pai de Matheus, que participa do projeto Futuros Produtores do Brasil desde 2013, e de Gabriel.
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