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Tecnologia para a produção de biogás

Canal-Jornal da Bioenergia

 Há mais de dez anos investindo em pesquisas e no desenvolvimento de soluções biotecnológicas para a geração de energia verde, a GEO Energética implantou sua primeira planta comercial no noroeste do Paraná, com capacidade de gerar 4 KW/hora de energia elétrica. Por meio de um sistema patenteado pela empresa, a energia é obtida a partir da produção de biogás gerado pela reciclagem dos resíduos (vinhaça, torta de filtro e palha) da cana-de-açúcar. Esta primeira planta foi instalada em parceria com a Cooperativa Agrícola Regional de Produtores de Cana Ltda (Coopcana), que reúne 127 associados.

Constituída pelos grupos Montese e EPG, a GEO Energética iniciou as pesquisas para o desenvolvimento dessa biotecnologia em 2001. Em 2004, os investidores montaram uma unidade própria de pesquisa, o Centro de Pesquisas GEO Energética (CPG), em Londrina (PR). Oito anos depois, após o primeiro teste da nova solução, a empresa foi oficialmente constituída para o início da segunda fase piloto. Em 2009, a GEO Energética iniciou os projetos da sua primeira planta comercial, que começou a operar em abril de 2012. A empresa investiu mais de R$ 30 milhões no desenvolvimento da tecnologia e na instalação de sua primeira planta.

“Desenvolvemos uma solução única, 100% sustentável, capaz de revolucionar o tratamento dos resíduos orgânicos da agroindústria brasileira, especialmente da indústria sucroalcooleira, que possui a melhor logística operacional do mundo e é capaz de se tornar autossuficiente na geração e consumo de energia verde, inclusive com o uso de biometano como combustível automotivo. O biogás gerado a partir da reciclagem dos resíduos vegetais e animais pode ser usado para produzir energia elétrica e biocombustível. E o Brasil tem grande potencial nessa área, pois é capaz de produzir essa energia verde durante todo o ano, sem qualquer dano ao meio ambiente”, afirmam os diretores da GEO Energética, Alessandro Gardemann e Evaldo Fabian.

Tecnologia

Toda a tecnologia da GEO Energética foi desenvolvida por pesquisadores brasileiros que criaram um novo sistema para a geração de energia renovável. O processo utiliza todos os resíduos agroindustriais - no caso sucroalcooleiro, a vinhaça, a torta de filtro e a palha -, que associado a um processo de biofermentação, gera biogás de alta qualidade e alto teor de pureza. Esse biogás é armazenado e pode ser usado em geradores, para produzir energia elétrica 100% limpa, comercializada no mercado livre, ou ser transformado em biometano para uso como biocombustível em tratores, colheitadeiras, caminhões e ônibus. Os resíduos da produção desse biogás também não geram qualquer impacto ambiental, pois voltam à natureza na forma de dois subprodutos agrícolas: adubo orgânico sólido (Organofértil) e fertilizante líquido (Liquifértil).

Como aconteceu

Buscar soluções sustentáveis para diminuir os impactos causados pelo homem ao meio ambiente. Esta preocupação tem acompanhando o jovem empresário Alessandro Gardemann nos últimos dez anos, quando viu de perto que os resíduos orgânicos poderiam ser transformados e voltar à natureza de maneira positiva. Formado em Administração de Empresas e com atuação no mercado financeiro, Gardemann, 30 anos, passou então a pesquisar sobre reciclagem em geral e encontrou nos resíduos orgânicos da agroindústria a oportunidade de transformar problemas em soluções sustentáveis para a geração de energia.

“Eu tinha em mente desenvolver um projeto que produzisse energia limpa, proveniente de fontes alternativas, usando os próprios resíduos”, afirma Gardemann. Percebeu que o setor sucroenergético brasileiro tinha potencial grande nessa área. Somente em torta de filtro, por exemplo, as usinas de cana-de-açúcar do País produzem cerca de 20 milhões de toneladas/ano, resíduo que exige tratamento e cuidados especiais, que muitas vezes resultam em problemas. Dedicou-se, então, a buscar soluções a partir da reciclagem dos resíduos industriais sucroalcooleiros por meio do uso da biotecnologia.

Os primeiros estudos foram feitos com a vinhaça e a torta, dois subprodutos da indústria sucroalcooleira, associados a um processo de biofermentação. Os resultados mostraram que era possível produzir gás “verde” e gerar energia limpa em escala comercial. Para conferir na prática a viabilidade das pesquisas, Gardemann montou a planta piloto numa usina pequena, no Paraná, utilizando os resíduos gerados pela própria usina. “Encontramos a solução integrada por meio de um circuito fechado de água, nutriente e combustível. Uma alternativa correta, do ponto de vista ambiental, para mudar a realidade das usinas”, ressalta.

Com os dados comprovados na mão, Gardemann foi à busca de parceiros para dar início ao seu ousado projeto: a construção de uma planta industrial para aplicar a solução sustentável. Associou-se ao executivo Evaldo Fabian, com amplo conhecimento na construção de indústrias no conceito “Green Building” e escolheu a Coopcana, uma das maiores cooperativas de cana-de-açúcar do Brasil, para implementar o projeto. Dessa associação, nasceu a GEO Energética, em 2008, com a missão de ser uma empresa voltada à pesquisa e ao desenvolvimento de soluções inovadoras na transformação de resíduos orgânicos e a meta de ser uma das três maiores empresas de geração de energia verde do Brasil.

“Não queremos ser vistos como uma usina de energia, mas sim como uma empresa do bem que produz energia sustentável, a partir de um processo limpo”, destaca Fabian. Hoje, a GEO Energética está pronta para instalar plantas de produção de energia verde em escala comercial em qualquer parte do Brasil. A empresa tem sede em Londrina (PR), onde mantém sua Unidade de Engenharia e o Centro de Pesquisas GEO Energética (CDG), e Unidade Comercial em São Paulo.
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