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Pepro para o milho é autorizado, mas sem previsão de data e volume

Da Redação - Viviane Petroli

O Ministério da Fazenda assinou nesta quinta-feira (31) a autorização da realização de leilões de Prêmio de Equalização Pago ao Produtor Rural (Pepro) para o milho. O anúncio é do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller. Apesar da autorização, não há previsão de quando os leilões irão ocorrer e nem o volume previsto de milho a ser comercializado, bem como preços. Espera-se agora a publicação da portaria de autorização no Diário Oficial da União (D.O.U).

De acordo com Geller, em breve haverá novidades quanto ao Pepro e o escoamento do milho. "Inclusive, hoje, o leilão do milho foi assinado pelo ministro Guido Mantega. Mandamos a portaria para a Fazenda na semana passada e foi assinado hoje o Pepro. A portaria será para o Brasil, obviamente ontem tem maior problema é o Estado de Mato Grosso. Não sabemos quanto de milho será colocado neste momento", declarou o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na noite desta quinta-feira (31) ao ser questionado sobre o assunto no lançamento do 9º Circuito Aprosoja.

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A realização de leilões do Pepro em Mato Grosso está sendo solicitada desde o início de julho. Tanto que há cerca de 15 dias a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) esteve novamente em Brasília (DF) com Geller solicitando os leilões.

Mato Grosso deverá colher 17 milhões de toneladas de milho nesta safra 2013/2014, o volume é menor que as 22,5 milhões de toneladas colhidas na safra passada. Contudo, os produtores pedem os leilões diante das constantes quedas de preço da saca de 60 quilos do cereal, que estão em alguns municípios abaixo do preço mínimo estipulado para esta safra de R$ 13,56. Nesta sexta-feira, 1º de agosto, a saca em Sinop amanheceu cotada em R$ 9,75 e em Sorriso R$ 10. O maior preço verificado é em Rondonópolis a R$ 14,50.

O ano passado diversos leilões do Pepro foram realizados na tentativa de minimizar os prejuízos do setor produtivo de milho do Estado e promover o escoamento do cereal. Entre julho e novembro do ano passado foram lançados leilões para a venda de 9,750 milhões de toneladas das quais 8,861 milhões de toneladas foram negociadas.

Ideal é 10 milhões t

Conforme o fundador e sócio-diretor da Agroconsult, André Pêssoa, para minimizar os problemas de Mato Grosso seriam necessários leiloar através do Pepro 10 milhões de toneladas (t) de milho.

“Se a expectativa nos Estados Unidos se confirmar em mais de 100 milhões de toneladas de soja em 2015 teremos preços e margens mais baixas para a oleaginosa, mas não gera grandes prejuízos. Ao contrário do milho. Sem uma atuação do governo federal pode-se ter prejuízos no cereal, comprometendo o seu plantio de 2ª safra e a soja. Se não escoar este milho antes da colheita da soja teremos sérios problemas de armazenagem”, declarou Pêssoa ao Agro Olhar, pouco antes do lançamento do 9º Circuito Aprosoja.

Apesar dos transtornos e um custo de produção a cada dia maior, os produtores estão mais estruturados em relação ao que se viu em 2010, quando a saca do milho chegou aos R$ 7 em Mato Grosso. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Sorriso e produtor, Laércio Lenz, o setor acreditava que 2013 seria pior. “Se os preços do milho seguirem assim ou teremos redução de área ou de tecnologia”, pontua.
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