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“Nós estamos indo onde está o cliente, onde tem clientes potenciais”, declara presidente da Harley-Davidson Brasil

Da Redação - Viviane Petroli

O potencial econômico mato-grossense é um dos principais motivos que a cada dia atraí novos investimentos para o estado, em especial para Cuiabá. Na semana que passou a Capital ganhou mais uma concessionária de veículos, desta vez de motos e de grande renome mundial. A chegada da Harley-Davidson em Cuiabá promete fazer uma revolução nas ruas e rodovias de Mato Grosso com suas motos de alta cilindradas, que variam de R$ 35 mil a R$ 130 mil.

A análise do potencial econômico de Mato Grosso, de acordo com o presidente da Harley-Davidson Brasil, Longino Morawski, é um dos principais critérios verificados no momento da decisão de trazer as motos robustas que encantam o Mundo.

A concessionária foi trazida para Cuiabá pelo Grupo Enzo e é chamada de Rota 65, em alusão ao DDD da Capital mato-grossense. O Grupo por sinal possui a concessionária Rota 67 em Campo Grande (MS), com revenda da Harley-Davidson.

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A concessionária, como o Agro Olhar já comentou, está localizada em uma área de 800 metros quadrados, na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá, onde R$ 4 milhões foram investidos na loja que conta com três pavimentos, onde no térreo encontra-se o showroom com as motos, um subsolo com uma oficina equipada com quatro boxes de atendimento e um andar superior dedicado para a venda de acessórios e espaço de convivência.

Confira abaixo uma entrevista exclusiva com o presidente da Harley-Davidson Brasil:

Agro Olhar - Como o setor de motocicleta está sendo a questão população saindo de uma preferência por motos comuns para motos mais potentes, motos estás que até certo tempo atrás eram voltadas para um público AB?

Longino Morawshi - O que está ocorrendo no Brasil é o desenvolvimento do segmento de motos de alta cilindrada. A entrada da concessionária Harley-Davidson em Cuiabá é mais uma ação destas que farão com que mais pessoas tenham acesso à moto. O que acontecia no passado, no caso da Harley-Davidson, é que nós tínhamos poucas concessionárias, apenas concentradas em São Paulo, Rio de Janeiro, nos principais mercados e distantes de muitos clientes. Hoje, há um movimento de interiorização. Nós estamos indo onde está o cliente, onde têm clientes potenciais, e Cuiabá encaixa dentro destes mercados. Um mercado onde existe um cliente interessado em comprar, mas sendo que não existia uma concessionária para comprar e nem mesmo para fazer a manutenção fica difícil você ter uma moto deste porte.

Agro Olhar - A escolha por Cuiabá o senhor declarou que foi pelo potencial. Que potencial é este que vocês encontram e visualizam não apenas em Cuiabá, mas como em Mato Grosso como um todo? Pelo estado ser grande produtor do agronegócio muitas pessoas do interior podem vir para cá. É esta questão do agronegócio?

Longino Morawski - Exatamente. Nós quando analisamos um estado, uma região, no caso nós estamos abrindo uma concessionária para o estado de Mato Grosso. Ela se localiza em Cuiabá, mas ela vai atender ao estado. Então, nós levamos em conta o estado e sua riqueza e Mato Grosso é um dos estados em que tem o agronegócio mais forte do país e o agronegócio faz com que tenhamos clientes com potenciais para comprar os nossos produtos.

Agro Olhar - Aqui em Mato Grosso vocês da Harley-Davidson acreditam que quem mais vai procurar a loja? É a população de Cuiabá e Várzea Grande ou do interior?

Longino Morawski - Eu acredito em um misto dos dois. Eu acredito que muitos cuiabanos, muitas pessoas que moram na área metropolitana de Cuiabá vão comprar, porque ela é uma moto de passeio, é uma moto para andar na cidade também e com certeza como já vem ocorrendo muitos clientes de cidades como Rondonópolis, Sinop, Sorriso, estas cidades que tem uma concentração grande de renda vinda do agronegócio com certeza vão comprar. Então, hoje, eu não vejo assim se o interior vai comprar mais ou a Capital. Os dois vão comprar e o tempo vai dizer onde temos o maior potencial de compra.

Agro Olhar - Vocês chegaram a fazer alguma pesquisa para abrir a loja aqui?

Longino Morawski - Fizemos. Nós analisamos o mercado e levamos em conta várias informações. Uma delas é o mercado atual, o tamanho do mercado atual em que nós medimos quantas motos de alta cilindrada são emplacadas. Esse é um dado indicativo, porque se você não está presente aqui você não está vendendo moto, mas de qualquer forma algumas marcas já estão aqui. A informação de quantas motos são vendidas atualmente é uma informação. A segunda é o número de pessoas com renda acima de um valor 'xis' que possibilita comprar os nossos produtos e esse dado nos mostrou que nós temos um volume de pessoas bastante grande com renda elevada que pode comprar um produto Harley-Davidson.

Agro Olhar - Qual é o público alvo de vocês?

Longino Morawski - Harley-Davidson nós falamos sempre que não é uma moto e sim um estilo de vida. Harley-Davidson é diversão, é fashion. Então, a Harley-Davidson entra como um complemento para quem busca algo mais do que uma moto, algo mais do que andar de moto, busca um estilo de vida. Então, que serão os clientes? Serão todas as pessoas que gostam deste mundo de rock in roll, de cinema, de todo esse mito que têm por traz da Harley-Davidson e especificamente quem são os clientes são os gerentes, diretores, empresários, clientes em geral. Todos os que têm um poder de compra de um carro, que são milhares, podem comprar uma moto Harley-Davidson.

Agro Olhar - As motos da Harley-Davidson partem de que valores?

Longino Morawski - Elas estão partindo de R$ 35 mil a R$ 130 mil. Sendo que o grande volume está na casa de R$ 50 mil a R$ 60 mil. O volume maior são as motos da família Softail Fat Boy, que é uma das mais vendidas, está na faixa de R$ 60 mil.

Agro Olhar - Voltando a questão do público a maioria são homens?

Longino Morawski - São homens, mas as mulheres vêm entrando forte neste segmento também. Nós temos dados muita importância para as mulheres porque há um movimento delas saírem da garupa para a frente.

Agro Olhar - E quanto a idade? Qual a faixa etária que mais procura a Harley-Davidson?

Longino Morawski - Aqui em Mato Grosso nós ainda vamos ver. Mas, a média são pessoas entre 40 e 45 anos. Então, teremos metade acima e metade abaixo. Vamos ter pessoas dos 20 aos 70 anos, sendo que a média será pessoas entre 40 e 45 anos.

Agro Olhar - O cinema, como o senhor citou, é uma das grandes influências pela Harley-Davidson?

Longino Morawski - Na realidade a Harley-Davidson sempre esteve presente em vários filmes de Hollywood, assim como da mesma forma esteve muito presente no rock in roll. Muitos cantores famosos, tipo Elvis Presley que adorava Harley-Davidson, entravam no palco com a moto. Então, isso fez com que a Harley-Davidson fosse muito ligada a rock in roll e a cinema. Isso faz também com que as pessoas vivam naquele mundo imaginário, naquele mundo de fantasia.

Agro Olhar - O senhor acha que aqui em Mato Grosso quem comprar uma moto da Harley-Davidson irá usar mais para passeio na cidade ou para pegar estrada, o pesadão?

Longino Morawski - As Harley-Davidson são usadas mais para passeio, mas aqui em Cuiabá que é uma cidade que tem um trânsito bom, acho que a moto será usada também para deslocamento urbano. Não vejo problema nenhum. Quando você tem uma cidade com congestionamento muito grande dificulta as motos de alta cilindrada. Porém, nós temos motos menores. Nós temos a linha Sportster, que são motos de 900 cilindradas, que são muito mais recomendadas para a área urbana e andam muito bem nela. Mas, em geral Harley-Davidson é uma moto para passeio, para estrada. Tradicionalmente é uma moto estradeira.
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