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Queda de 30% nas vendas leva comércio a demitir em Mato Grosso

Da Redação - Viviane Petroli

 As vendas no comércio em Mato Grosso caíram em 2015 aproximadamente 30% em relação a 2014. O baixo desempenho das vendas, segundo o comércio, é decorrente a situação econômica do Brasil que está influenciando na economia mato-grossense, o que acaba gerando as demissões. Entre janeiro e maio o comércio registrou um estoque negativo de 2.154 postos de trabalho, ou seja, realizou mais desligamentos que admissões. Setor acredita que recuperação do consumo demore quatro anos.

O Brasil hoje vive várias condições que estão dificultando a manutenção de emprego, na opinião do vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL), Paulo Gaspatoro. Segundo ele, o governo federal está “tentando conter a inflação com aumento das taxas de juros, porém o que se está vendo de resultado é uma inflação cada vez mais alta”.

Em Mato Grosso a queda do consumo/vendas é considerada “violenta” pelos lojistas. “Entre 25% e 30% caíram em comparação ao ano passado. O comércio não vende e acaba gerando demissões. A indústria com isso acaba não produzindo também e gera mais demissões”, salienta Gasparoto.

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Um dos pontos, além das altas taxas de juros, que está levando o consumidor a frear na hora de ir às compras são os tributos. Em datas comemorativas, como o Agro Olhar já comentou, a tributação chega a corresponder a 80% do valor do produto. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), no Dia dos Namorados, por exemplo, a tributação em cima de perfumes importados foi de 78,99%.

“As pessoas não estão conseguindo pagar as despesas básicas, como água e luz. A situação do país vai piorar. O governo federal não consegue bancar suas despesas e isso reflete no consumidor”, pontua o vice-presidente da CDL-Cuiabá.

Mato Grosso e incentivos

Os cortes de incentivos fiscais em Mato Grosso durante o “pente fino”, realizado pela gestão Pedro Taques, é outro ponto que preocupa o setor do comércio no estado.

“Isso desestimula o lojista que acaba indo para outro estado e quando há incentivo fiscal que é daqui recebe menos que do que quem é de fora. Metade das empresas estão inadimplentes, o mercado está assustado. Empresas estão entrando em recuperação judicial. O comércio, além disso, vive na insegurança diante tantos assaltos à mão armada”, salienta Gasparoto.

Questionado sobre uma recuperação do setor e do consumo Gasparoto revela que isso deverá ocorrer em longo prazo. “Acredito que reflexo de equilíbrio em dois anos e volta do aumento do consumo entre três e quatro anos. Esperamos que o governo de governo de Mato Grosso olhe para o comércio e construa alternativas para melhorar essa situação”.
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