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Notícias / Pecuária

Com prejuízos de R$ 1 por quilo suinocultores cortam gastos e podem encerrar atividade em Mato Grosso

Da Redação - Viviane Petroli

A suinocultura em Mato Grosso está registrando prejuízos na casa de R$ 1 por quilo comercializado. A crise pela qual passa o setor a cerca de um ano tem levado granjas a cortarem gastos e até mesmo a pensar em encerrar as atividades. O alto custo de produção, impulsionado pela inflação do milho, e a baixa remuneração pelo quilo do suíno são os principais fatores para a situação. Produtores temem que saca de 60 quilos supere os R$ 50.

A possibilidade de fechamento de granjas de suínos em Mato Grosso já havia sido levantada pelo diretor executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues, em recente entrevista ao Agro Olhar.

Projeções da Associação revelam que a escassez do milho no mercado interno devem piorar entre agosto e o fim do 1º semestre de 2017.

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A saca de 60 quilos de milho em Mato Grosso varia entre R$ 25,75 em Ipiranga do Norte e R$ 31,75 em Alto Araguaia nesta terça-feira, 12 de julho. O milho é o principal componente da ração dos suínos e de acordo com o presidente da Acrismat, Raulino Teixeira, o valor da saca do cereal pode chegar a preços "impraticáveis".

O alerta da instituição ocorre em um momento no qual os estoques públicos estão deficitários e a produção de milho comprometida com contratos futuros. Além disso, o Estado passa por uma quebra de safra e acumula uma retração de 22,8% na produção desta 2ª safra.

As projeções do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam para um decréscimo de aproximadamente 6 milhões de toneladas de milho nessa temporada, de 26,199 milhões de toneladas constatadas na safra 2014/2015 para 20,223 milhões.

Conforme o diretor executivo da Acrismat, em entrevista ao Agro Olhar, granjas na região Sul do país estão fechando e em Mato Grosso há notícias de uma granja com mais de 30 anos em Campo Verde, com cerca de 600 matrizes, que está fechando.

O presidente da Acrismat, Raulino Teixeira, pontua que diante a tal situação "O produtor, com certeza, não consegue suportar até o final do ano, então a gente precisa de medidas urgentes para atender à cadeia".

De acordo com suinocultores, os próximos meses serão difíceis para o setor e o apoio do Governo é necessário.

A Acrismat destaca ter encaminhado um ofício ao secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Ricardo Tomczyk, onde relata a preocupação dos produtores com a elevação "exorbitante" no preço da saca de 60 quilos, que pode chegar próximo de R$ 50 ou até mesmo ultrapassar, dependendo da escassez do cereal.

Segundo Custódio Rodrigues, foram solicitadas alternativas de financiamento no sistema bancário, além do aumento do prazo para o pagamento dos Empréstimos do Governo Federal (EGF), "porém com valor mais próximo da realidade de mercado atual, média de R$ 35,00, sendo hoje o valor do milho na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) de R$ 13,56".
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