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Notícias / Agronegócio

Abertura de mercados e FAO estão no roteiro de Novacki em missão no exterior

Da Redação - Viviane Petroli

A abertura de mercado para carne bovina brasileira para o Japão e um painel da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) estão entre o roteiro do secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, em missão ministerial no exterior. Além do país asiático, Itália, Rússia e Armênia fazem parte dos destinos a serem visitados nos próximos 15 dias.

A missão teve início no último sábado, 1º de outubro, uma semana após o retorno do ministro Blairo Maggi de sua Missão Ministerial e Empresarial pela Ásia, que pode ter rendido ao Brasil cerca de US$ 2 bilhões em negócios e investimentos.

A primeira parada de Novacki no exterior, segundo o Ministério da Agricultura, é nesta segunda-feira, 03 de outubro em Roma. Na ocasião o secretário-executivo do Mapa participará de um painel da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), no qual falará sobre “Tendências de longo prazo dos preços das commodities e desenvolvimento agrícola sustentável”.

A viagem de Novacki para o exterior já havia sido anunciada há cerca de 15 dias e confirmada no último 27 de setembro, durante coletiva de imprensa em Brasília (DF) de balanço quanto a viagem do ministro Blairo Maggi, como o Agro Olhar havia comentado.

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Na FAO, entre os pontos a serem defendidos pelo Ministério da Agricultura, serão trabalhados os fatos de 61% do territorial brasileiro continuar preservado e para que os produtos agropecuários brasileiros sejam vistos no exterior como um padrão de qualidade e sustentabilidade.

“Ao serem obrigados a preservar de 20% até 80% de suas propriedades, os produtores brasileiros prestam grande serviço ao mundo tanto do ponto de vista da conservação da biodiversidade quanto do enfrentamento das mudanças climáticas. E isso tem que ser reconhecido de alguma forma", observa Novacki.

Carne e tecnologia

A abertura de mercados para a carne, reabilitação de plantas e até mesmo troca de experiências tecnológicas estão entre os pontos de discussão no Japão, Rússia e na Armênia.

No Japão, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a discussão será a abertura e a ampliação do mercado de carnes brasileiras, além das questões tarifárias para o suco de laranja e café.

No país asiático a pauta em andamento trata-se da carne bovina termoprocessada. Quanto à carne bovina in natura a perspectiva, como já comentado pelo Agro Olhar, é que as negociações com o Japão sejam concluídas em até um ano e meio.

Mato Grosso, inclusive, pode ser um dos grandes beneficiados com a abertura de mercado japonês para a carne bovina.

Conforme Novacki, o Brasil pretende ainda abrir para todos os estados brasileiros a exportação de carne suína para o Japão, que hoje compra apenas de Santa Catarina.

Uma das contrapartidas do Japão para a abertura de mercado para as carnes brasileiras é a comercialização de carne da raça wagyu.

Ainda no Japão, um acordo de cooperação para troca de tecnologia e compartilhamento de informações meteorológicas que vão aumentar em dez vezes a precisão das previsões do tempo. A parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) já vinha sendo discutida há algum tempo, revela o Ministério.

Já na Rússia o principal ponto a ser negociado é a ampliação do número de plantas frigoríficas autorizadas para exportar carne, além da abertura de mercados para mel, frutas, ovos, lácteos e rações para animais de pequeno porte (pets). Os russos, por sua vez, querem aumentar os seus embarques para o Brasil de pescado e trigo.

A última etapa da missão de Novacki é na Armênia, onde se buscará transformar em acordos comerciais os memorandos de entendimento e cooperação assinados pelo presidente Michel Temer e o presidente da Armênia, Serzh Sargsyan, que esteve no Brasil em agosto. “Será a primeira missão oficial após a visita e a ideia é estender ao mercado de carnes armeno a possibilidade de exportação dos mesmos estabelecimentos que já atendem a Rússia", afirma o secretário-executivo do Mapa.
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