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Notícias / Pecuária

Principais países produtores de carne devem ser unidos, afirma presidente da Acrimat em reunião da IBA

Da Redação - Viviane Petroli

A união dos principais países produtores de carne bovina é necessária para que haja um alinhamento da categoria. Tal ponto foi uma das colocações do presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), José João Bernardes, durante a conferência anual da Aliança Internacional da Carne Bovina (International Beef Alliance – IBA), em Taupo, na Nova Zelândia. A associação mato-grossense é representante do Brasil na Aliança que discute assuntos como a produção de carne sustentável, além da liberação do comércio e o desenvolvimento de lideranças.

A IBA é formada por presidentes e CEO's das principais entidades representativas dos produtores de carne bovina da Austrália, Brasil, Canadá, México, Nova Zelândia, Paraguai e Estados Unidos. Em julho, representantes de cada país estiveram em Mato Grosso, como o Agro Olhar já havia comentado, para conhecer de perto como funciona o sistema pecuário bovino do estado.

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As sete nações que formam a Aliança Internacional da Carne Bovina (International Beef Alliance – IBA) representam hoje 46% da produção mundial e 63% das exportações de carne bovina.

O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), José João Bernardes, pontua que “Imaginamos que todos temos um único negócio – a produção de carne bovina, e que o nos une sempre é mais importante que o que nos separa. As conquistas dependem desse alinhamento".

Ainda conforme Bernardes, "Na condição de produtores e maiores comercializadores de carne do mundo, é importantíssimo que alavanquemos o processo de crescimento e nos debrucemos sobre ações em conjunto que possam manter a sustentabilidade e longevidade desse negócio”.

O Brasil conta hoje com o maior rebanho comercial do mundo com 209,13 milhões de cabeças distribuídas 167,7 milhões de hectares de área de pastagens. Ao ano mais de 39 milhões de cabeças são abatidas. A produção total de carne bovina para consumo soma 9,6 milhões de toneladas, das quais 18,6% são exportadas para mais de 100 países, como Venezuela e Rússia, enquanto os demais 81,4% atendem ao mercado interno.

Somente Mato Grosso produz em torno de 29,5 milhões de cabeças de gado em aproximadamente 25 milhões de hectares de pastagem. O estado é detentor do maior rebanho nacional comercial e abate em média 5 milhões de cabeças ao ano.

De acordo com o superintendente da Acrimat, Francisco Manzi, esse é o primeiro ano em que o Brasil participa da conferência anual da IBA como membro efetivo. O Brasil até 2015, na reunião que ocorreu no México, participava apenas como membro observado, vindo a ter sua inclusão oficializada durante tal encontro. "Esse ano pudemos receber os CEO’s em Cuiabá, apresentar nossa estrutura de produção, sanidade animal e comercialização. O próximo passo é integrar também as demandas brasileiras a agenda da Aliança, como é o caso do impacto dos estudos sobre consumo de carne, circulação de materiais genéticos, entre outros”.

O anfitrião do evento e presidente da Beef + Lamb New Zealand, James Parsons, afirma que discutir e traçar estratégias para reforçar os processos de produção e consumo da cadeia mundial carne bovina é o foco da Aliança.

Visita em Mato Grosso

No dia 18 de julho deste ano um grupo de representantes de cada país que compõe a IBA realizaram uma visita técnica a uma propriedade em Santo Antônio do Leverger. Na ocasião o grupo de representantes internacionais conheceram de perto a produção estadual no modelo de semiconfinamento a pasto, com uso proteinado, e a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).

Entre os pontos da pecuária brasileira que chamaram a atenção dos representantes das entidades internacionais está o fato de 90% da criação de gado ser à pasto (nos Estados Unidos, por exemplo, é 97% da criação em confinamento), além da diversidade de raças e o sistema de integração com a floresta.
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