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Calor e boêmia: clima estimula consumo de cerveja e fortalece setor de bares e restaurantes em Cuiabá

Da Redação - André Garcia Santana

Noite quente, povo festeiro e clima acolhedor. A descrição que marca algumas das principais características de Cuiabá também é responsável por impulsionar o setor de bares e restaurantes, que se multiplicam cidade a fora para atender os hábitos de consumo dos cuiabanos. De acordo com a Junta Comercial do Estado de Mato Grosso (Jucemat), há  2244 estabelecimentos registrados na cidade, onde vivem pouco mais de 590 mil habitantes. Quase um ponto para cara 260 pessoas.  

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Os números criam ambiente propício para a produção de bebidas, que cresce com a onda das cervejas artesanais. Atualmente, além da gigante Ambev, a Capital abriga as fábricas da Louvada e da Benedita, as mais famosas do segmento. é ainda um dos principais destinos da Cuyabana, sediada na vizinha Várzea Grande, e de importantes marcas oriundas do interior do Estado, como a Kessbier, produzida em Lucas do Rio Verde (320 km da Capital).  

O diretor comercial da Louvada, Ygor Quintela, endossa o discurso que associa o calor a boemia local. Este, inclusive, foi um dos fatores levados em consideração durante a concepção do projeto da Louvada, há pouco mais de dois anos. "Queríamos empreender em Cuiabá de qualquer forma, mas sem dúvida essa relação entre calor e  consumo de cerveja foi levantada. Quando visitamos outras cidades, isso fica mais evidente. Não é em todo lugar que as pessoas saem tanto", diz.  

Na outra ponta, o presidente do Sindicato dos Empregados Com Bares, Restaurantes e Similares (Sindecombares), Francisco Chaves, lembra que o setor vem enfrentando algumas dificuldades e se adequando a novas mudanças de comportamento do mercado. Para ele, uma série de fatores como a implantação da Lei Seca e a popularização das áreas gourmets nos condomínios têm feito com que os clientes fiquem mais em casa.  
Praça Popular - Cuiabá/Reprodução


"Hoje existe menos essa cultura de ostentar e muitos tem preferido o conforto de casa para organizar as reuniões, churrascos, etc. Tem tudo ali, não precisa tirar o carro da garagem, não corre risco de se envolver em acidentes", explica. Dono do tradiconal Confrade, Chaves lembra o passado na região central. "Há uns 20 anos pra subir a Getúlio Vargas até o Chopão e descer a Isaac Povoas, a gente demorava uma hora no final de semana, por conta do movimento ali." 

Com o tempo a distribuição dos estabelecimentos também foi pulverizada e hoje as duas regiões mais agitadas na noite de Cuiabá são a praça Popular, com sua proposta elitizada, e a praça da Mandioca, com espaços alternativos. Além destas, há opções para todas as tribos espalhadas por toda a cidade. "Não é como antes, mas o cuiabano ainda gosta muito de sair. Temos amigos em Campo Grande, por exemplo, e lá os bares fecham muito mais cedo", finaliza Chaves. 

Mais inaugurações 

Inaugurações de bares, restaurantes e lanchonetes em Cuiabá cresceram 16% entre 2016 e 2017, passando de 249 para 289 empreendimentos. A porcentagem acompanha a tendência mundial de alimentação fora do lar e desenha um cenário rico em opções, que passam das inúmeras adaptações de barcas e potes à sofisticação da gastronomia tradicional. Além disso, destaca uma nuance do setor, que atrai diferentes profissionais e se apresenta como alternativa para quem pretende investir em negócios de menor complexidade técnica, no caso dos empreendimentos caseiros.
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