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Notícias / Economia

“Paga-se R$ 6 na cerveja e quatro e pouco no litro de gasolina, nós somos ladrões?”, questiona Locatelli

Da Redação - Wesley Santiago/Da Reportagem Local - Érika Oliveira

“Paga-se R$ 6 na cerveja e quatro e pouco no litro de gasolina, nós somos ladrões?”. A frase de indignação é do empresário do ramo de combustíveis Aldo Locatelli. Nesta semana, em meio à greve dos caminhoneiros, ele chegou a participar de uma reunião com o governador Pedro Taques (PSDB), na tarde de segunda-feira (28), mas sequer esperou o término do encontro> na saída, disparou diversas críticas.

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“Já viram algum produto do Brasil que é obrigado a colocar o preço na estrada, na rua, na tabela. Somos obrigados a isto. Sabiam que temos 25 normas que temos que pedir licença para pai, mãe, Espirito Santo e não conseguimos? E nós somos os ladrões. Você paga R$ 5 ou R$ 6 em uma garrafa de cerveja e quatro e pouco em um litro de gasolina, quem é o culpado?”, questionou o empresário.
 
Desabastecimento e pânico

Sobre a crise da falta de combustíveis na cidade, o empresário disse que o produto começou a faltar por conta do pânico da população. “Tem gente que tem uma Biz e está no posto pegando 20 litros de gasolina. Deste jeito acaba mesmo. Estou com meu posto abarrotado de óleo diesel. Quando eu o compro, o imposto já está lá, só somos obrigados a fazer nota. O governo não tem boa vontade”.
 
O empresário ainda revelou que irá mudar a sua empresa para outro Estado, já que lá receberá incentivos. “Vou ser o primeiro a tirar minhas empresas de transporte daqui. Se eu for para Curitiba, deixar só uma filial aqui, a cada dez caminhões eu ganho um de presente. Caminhão custa R$ 400 mil. Quem é louco de ficar aqui?”.
 
O empresário classificou o acordo aceito por Michel Temer como temerário. “É algo que pode ser revisto daqui a três meses. Esta greve não tem dono. Andei três Estados e várias cidades. Os motoristas acham que eles ganharam a Copa do Mundo no terceiro dia. Pararam o Brasil. Tem gente perdendo leite, com galinha morrendo e mesmo assim apoiando a paralisação. Nunca vi isso na minha vida”.
 
A mobilização foi proposta pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e iniciou na manhã da segunda-feira (21). Em razão dos pesados impostos e do baixo valor dos fretes, a categoria afirma que enfrenta uma grave crise e articula ações em todo o país para evidenciar o descontentamento com a atual política econômica. A PRF mantêm o diálogo com os caminhoneiros.
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