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Fiocruz confirma internação de duas pessoas com suspeita do mal de vaca louca; MT teve um caso em animal

Da Redação - Wesley Santiago

Atualizada às 16h05 - O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) emitiu nota, na tarde deste quinta-feira (11), onde esclarece que os casos de doenças neurodegenerativas investigados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), conforme noticiado na imprensa, tratam-se de suspeitas da Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) e não tem relação com o consumo de carne. (veja os detalhes AQUI)

15h12 - A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou a internação de dois pacientes, moradores da Baixada Fluminense, com suspeita do mal da vaca louca. As duas pessoas estão em isolamento, no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), em Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Em setembro, o Ministério da Agricultura e Pecuária tinha confirmado um registro em Nova Canaã do Norte (680 quilômetros de Cuiabá).

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A Secretaria Municipal de Saúde do Rio informou que um reside em Belford Roxo, e o outro, em Duque de Caxias.
 
Em nota, a Fiocruz confirmou que “recebeu dois pacientes com suspeita de encefalopatia espongiforme bovina, popularmente conhecida como 'Doença da Vaca Louca'. Ambos estão internados no Centro Hospitalar para a Pandemia de Covid-19 do INI".
 
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Caxias, o paciente acompanhado no município apresentou sintomas de demência e ataxia (perda ou irregularidade da coordenação muscular).
 
"Ao receber a notificação da Secretaria Estadual de Saúde uma equipe do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS) da SMS/DC esteve na residência do paciente para proceder a investigação do caso e monitoramento. Neste momento, o caso está sendo classificado com a forma clínica de esporádico, não tendo sido registrado, até o momento, a fonte de contaminação. O paciente segue internado e sob os cuidados da Fiocruz", disse o órgão.
 
O mal da vaca louca é uma doença cerebral, degenerativa, fatal, que afeta gado e pode infectar humanos se houver o consumo de carne contaminada.
 
Em setembro, o Ministério da Agricultura confirmou dois registros da doença em animais em Belo Horizonte (MG) e Nova Canaã do Norte (MT).
 
Naquela ocasião, Rússia, Indonésia, Irã e Egito suspenderam a compra de carne bovina. A China, desde então, parou com a importação do país. Pequim é o maior comprador, e a paralisação tem derrubado o preço da arroba.
 
O primeiro grande surto da doença teve seu auge entre 1992 e 1993, quando foram confirmados quase 100 mil casos no Reino Unido. Estima-se que 180 mil cabeças de gado tenham sido afetadas e mais de 4 milhões de animais foram sacrificados na época.
 
Durante este período, o consumo de carne bovina ficou, inclusive, proibido naquele país.
 
Vaca Louca
 
A enfermidade é fatal e acomete bovinos adultos de idade mais avançada, provocando a degeneração do sistema nervoso. Como consequência, uma vaca que, a princípio, era calma e de fácil manejo, por exemplo, se torna agressiva, daí o apelido do distúrbio.
 
A encefalopatia espongiforme bovina é gerada por uma proteína infecciosa chamada príon. O príon já é presente no cérebro de vários mamíferos naturalmente, inclusive no ser humano — contudo, ele pode se tornar patogênico ao adotar uma forma anormal e se multiplicar demasiadamente.
 
Quando isso acontece, o príon mata os neurônios e no lugar ficam buracos brancos no cérebro, por isso o nome da doença de “espongiforme”, já que os buracos têm a forma semelhante a de uma esponja.
 
Existem duas formas principais para o animal adquirir a doença:
 
Caso de origem atípica: nele, naturalmente, o príon sofre uma mutação, se tornando infeccioso. Quanto mais velho o animal, maior a probabilidade de acontecer;

Contaminação: por meio do consumo de rações feitas com proteína animal contaminada, como farinha de carne e ossos de outras espécies. No Brasil, é proibido o uso deste tipo de ingrediente na fabricação de ração para bovinos.

Não há indícios de que uma vaca transmita a doença para a outra, mas, caso ela seja diagnosticada com o mal, o produtor deve colocá-la para o abate e incinerar o corpo, a fim de evitar que se torne alimento para alguma espécie.
 
Ambas as doenças têm alguns sintomas em comum nos humanos, como perda de memória, perda visual, depressão e insônia.
 
É possível que uma pessoa tenha adquirido o problema e ela não manifeste sintomas por anos.
 
Quando identificado, o paciente pode ser tratado com antivirais e corticóides. No entanto, aproximadamente 90% dos indivíduos acometidos morrem em um ano.

Apesar de dois casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), a popular “vaca louca” terem sido confirmados em frigoríficos de Minas Gerais e de Mato Grosso, a World Organization for Animal Health (OIE) concluiu que os casos não representam risco para a cadeia de produção bovina do país. (Com informações do G1)
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