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Embrapa apresenta tecnologias para produtores de leite

Embrapa Clima Temperado

 Nesta quarta-feira, dia 17, os produtores de leite que quiserem atualizar seus conhecimentos no manejo do gado leiteiro podem deslocar-se até a Estação Experimental Terras Baixas (Capão do Leão/RS), uma das áreas dedicadas à pesquisa agropecuária da Embrapa Clima Temperado para participarem do Dia de Campo Produção de Leite. O diferencial do evento serão as quatro estações, que vão congregar cerca de 11 trabalhos à campo, incluindo atividades em laboratório e nas áreas experimentais da Empresa. Caravanas de produtores vindos da região da Fronteira e produtores vinculados a cooperativas e associações rurais de outras procedências do Estado estão confirmando a presença de cerca de 400 pessoas.

O número de participantes confirmados indica o interesse pelo assunto, onde a Embrapa está se colocando à disposição para aproximar os trabalhos de pesquisa em leite ao setor produtivo. Um dos coordenadores do evento, o pesquisador Jorge Schafhauser Jr diz que a ideia é realizar estações simultâneas, para que divididos em grupos menores, todos os participantes saiam do dia de campo com uma noção clara do que está sendo desenvolvido na área leiteira.

O dia de campo começa às 8h30 com as inscrições e organização dos grupos. Das 9h30 às 12h30 serão realizadas duas estações. A primeira vai tratar sobre orientações para encaminhamento de amostras para o Laboratório de Qualidade do Leite (Lableite), seguida por estratégias a serem adotadas para prevenção e tratamento do Leite Instável Não Ácido (Lina), sendo que uma das mais importantes é oferecer ao rebanho uma dieta adequada em quantidade e qualidade para atender as necessidades nutricionais das vacas e para produzir leite. Outro ponto será como o produtor rural poderá diagnosticar a presença do Lina na sua produção de leite. “O teste do álcool é um dos parâmetros para avaliar a qualidade do leite na UPL, determinando o aceite ou a rejeição do mesmo para coleta e transporte para indústria”, explicou a pesquisadora Maira Zanella. Segundo ela, o Lina é prejuízo à cadeia produtiva.

Esta estação será finalizada ao apresentar possibilidades de reprodução assistida em bovinos, através da produção in vitro de embriões em condições controladas, com a vantagem de obter um número superior de descendentes ao que normalmente uma fêmea pode ter durante sua vida reprodutiva. “Esta técnica viabiliza a multiplicação de animais selecionados por características de interesse zootécnico”, comentou a pesquisadora Lígia Pegoraro.

A segunda estação vai tratar da criação de terneiras em rebanhos leiteiros, onde o pesquisador Jorge Schafhauser Jr vai recomendar quais as condições necessárias à reposição de animais para melhoramento do rebanho e aumento da produtividade. “ A fase da cria, que vai do nascimento aos 90 dias de idade, é determinante para saúde e longevidade da futura vaca durante toda a sua vida produtiva”, alertou. Também nesta estação, será tratado o manejo de bubalinos para leite e corte. A pesquisadora Maria Cecília Damé falou que atualmente 85% do rebanho nacional é explorado para produção de carne e os 15% restantes para leite. “Os búfalos chegam a produzir cerca de 150 mil toneladas/ano de carne, e a produção de leite pode superar a do leite bovino em mais de 40%”, disse. Maria Cecília comentou que o leite é mais explorado para produção de queijos.

À tarde, acontecem mais duas estações à campo. A terceira visita conduz os participantes a conhecer práticas de manejo de vacas no pré-parto, buscando reduzir a incidência da hipocalcemia ou febre do leite, que ocorre entre 10 e 30% dos partos. Segundo o analista Alcio Azambuja este distúrbio metabólico geralmente acontece com vacas de mais de uma cria. “Este distúrbio pode gerar uma série de outras desordens nas vacas, prejudicando sua eficiência produtiva, menor produção de leite e prejuízo econômico”, observou. Nesta mesma estação os pesquisadores vão apresentar o manejo nutricional de vacas em lactação e dicas de manejo na ordenha. O rebanho utilizado são 150 animais da raça Jersey PO, sendo 50, em fase de lactação. Outra alternativa apresentada ao grupo interessado é o manejo na secagem das vacas. O técnico agrícola Christiano Weissheimer vai dar o passo a passo de como, quando e por que secar vacas lactantes.

E a última estação, dá destaque ao manejo de pastagens em integração lavoura-pecuária, visando a produtividade do rebanho leiteiro. Para o pesquisador Jamir Silva o inverno é um momento crítico de oferecimento de pasto com qualidade às vacas. “ Não pela ausência de espécies forrageiras adaptadas a essa época, mas pelo manejo desajustado do pastejo e pelo uso insuficiente de fertilização nos solos”, explica. E encerrando as atividades, a Embrapa mostra sua vitrine de forrageiras. “Vamos mostrar as principais espécies recomendadas para cultivo no Estado, com destaque para as cultivares da Embrapa, a BRS Ponteio (azevém), BRS Adelino (capim-lanudo), BRS Centauro (aveia-preta), BRS Serrano (centeio), BRS Tarumã (trigo duplo propósito), BRS Resteveiro (trevo-persa) e BRS Kurumi (capim-elefante)
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