Olhar Direto

Terça-feira, 23 de abril de 2024

Opinião

O verdadeiro amigo meu, pode não ser só eu.

Ter um amigo de verdade tem sido a tônica nesse final de semana nos botecos da vida. Dizem que quem bebe corre o risco de falar demais, porém, fala-se mais verdades que mentiras.  Quando a galera está com “umas e outras” na cabeça, o assunto, qualquer que seja, vai ás nuvens. O papo, nesse dia era, a difícil missão de ter ou ser amigo de alguém.  Por incrível que pareça, houve unanimidade quanto á difícil tarefa de ter um amigo de verdade, ou ser o próprio de outrem. Antes de mais nada, o indivíduo precisa ser o que é, sem se preocupar com o certo ou errado para os outros. Cada um tem suas ideias, seus costumes e maneira de ser. Neste prisma, defender suas convicções pode ser o primeiro passo para responder quem de fato você é, sem “milongas ou delongas”.

Existem pessoas que observam muito a classe social das pessoas para se revelar amigo ou não da mesma. Na verdade, isso não procede na vida real. O que de fato conta são os valores que ela possui, independentemente se eles são ou não compatíveis com a ética. Todavia, independentemente destes, o que é preponderante, é ser leal, fiel e autêntico.

Ter um amigo de verdade é o mesmo que ter um casamento regido pelas leis de Deus. “Somos amigos na alegria e na tristeza e para a vida toda”, amém. Mas afinal, além da lealdade, o que mais poderia ser acrescido na construção de uma amizade verdadeiramente sólida? Considerando que não se trata apenas de valores éticos, poderíamos ir para o lado da razão, como por exemplo ser leal, proteger o amigo conforme suas próprias índoles. Afinal, conhecer e reconhecer os limites de cada um, saber de suas dificuldades e negatividades psíquicas, são primordiais. Por esse lado não importa de o indivíduo é bandido ou não, mas sim, é que um completa o outro em suas “embrulhadas” cotidianas. Não se permite condenar ou fazer juízo de quem se gosta. O que se pode fazer, no máximo, dar um conselho aqui, outro ali, e nada mais.

Ter um amigo de verdade coloca em cheque o porquê, que nem todos os irmãos biológicos têm esse sentimento de gostar um do outro a tal ponto de serem amigos para sempre. Simples resposta: Um amigo meu, por nome de Jaime, revela que “Amigo se pode escolher, mas irmão não”. É a pura verdade. O meu finado pai, que Deu o tenha e o conforte, respondia a mesma pergunta com outro pensamento: “os dedos das mãos não são iguais”. Tinha ele o conceito de que cada um constrói a sua personalidade, embora a educação caseira e o conhecimento estudantil, fossem os para todos.  
 
Durante a conversa no boteco, de súbito, fiz uma pergunta a um dos colegas: por que é tão difícil ter um amigo?  As respostas foram divergentes. Dependendo do caso, respondeu um na roda de colegas, “amigo que é amigo não abandona o barco em época de tempestade”. Outro, porém, retrucou dizendo que, dependendo da situação, ele pode abandonar o barco sim, por conta de que, conselhos e mais conselhos foram dados, mas não tiveram surtado efeitos ao amigo. Cabe a interpretação de cada um.

O certo é que, diante de tantos por quês, incide dentro desse assunto a questão da personalidade de cada um, sua maneira filosófica de ver as versões literárias que o cotidiano apresenta, e, dentro de cada caso, ilustrar as consequências que elas podem gerir. Ser amigo de verdade é compreender que nem só de brisa, vive o homem, mas faz das pedras o seu “lar, doce lar”.  Tudo está contido na leitura do pensamento do outro, no intuito de evitar que o mesmo não se decepcione com o conceito que você passou para ele.


Gilson Nunes é jornalista – gnunes01@yahoo.com.br, Cuiabá, 03 de dezembro de 2019.
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