Olhar Direto

Sábado, 20 de abril de 2024

Opinião

VLT e hospital central

O ano era 2013. Diversas manifestações ocuparam as ruas de Cuiabá. Na pauta, a população levava, através de cartazes e gritos de ordem, temas como a melhoria do transporte público, a conclusão do hospital central, saúde e educação de qualidade e medidas mais severas para combater a corrupção. As manifestações e questionamentos seguiram até 2014, ano da copa do mundo. Os jogos passaram e, quase 6 anos depois, muitas das obras iniciadas naquela época, ou muito antes, não foram concluídas. Para muitos, os manifestantes que foram às ruas, eram apenas pessoas que torciam contra o grande evento que estava prestes a acontecer, mas o tempo apresenta algumas verdades.

Vou começar falando do Hospital Central do Estado, obra que iniciou ainda em 1984 e, que até hoje, não foi concluída. Situado no centro político do estado, bem próximo aos olhos do governador, já se passaram mais de três décadas marcadas pela morosidade e inúmeras retomadas sem que ocorra a conclusão desta importante obra. Os leitos, que lá poderiam funcionar, com certeza teriam ajudado a salvar inúmeras vidas, que vieram a deixar esse mundo por falta de atendimento no sistema de saúde.

Da mesma forma, temos os trilhos, pontes e vagões fantasmas do VLT, onde já foram enterrados mais de 1 bilhão de reais. Em uma obra que ao meu ver, é marcada pela falta de projeto e estudos técnicos adequados, para quem defende o bom uso do dinheiro público, ver as cicatrizes desta obra bilionária inacabada é muito triste. Enquanto isso, a população continua com um transporte público precário, sem condições dignas para se locomover pela cidade. Quando será que o governo irá tomar uma decisão em relação a esse projeto? Será que também serão necessários três ou quatro décadas? E quando falo de decisão, não digo necessariamente em conclusão da obra, mas com certeza algo precisa ser feito.

Poderia citar aqui muitas outras obras que simplesmente estão jogadas as traças, se despedaçando pouco a pouco. As obras inacabadas significam dinheiro público jogado fora. O cidadão foi quem pagou os recursos ali aplicados através de impostos. Ao que me parece, a pauta de 2013 continua viva até hoje. Precisamos de eficiência na gestão pública, que deve ser marcada por ações técnicas, feitas com projetos e respeito ao dinheiro do contribuinte. O brasileiro não aguenta mais esse cemitério de obras sem fim.




Caiubi Kuhn Professor da Faculdade de Engenharia – UFMT Campus Várzea Grande
caiubigeologia@hotmail.com
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