Olhar Direto

Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Opinião

Mato Grosso: um estado com administração paradoxal

O Estado de Mato Grosso continua vivendo diametralmente dois desenvolvimentos singulares, um econômico e outro social.   No primeiro caso convive-se com tecnologias de produção e produtividade agrícola, comparável a de países como Holanda, Dinamarca, Suíça, França, Estado Unidos ou até melhor.   Já no segundo caso o estado pode ser comparado a países como Nepal, Sudão, Haiti, Bangladesh, Somália, Serra Leoa...

Onde milhares de brasileiros morrem de fome, isso mesmo hoje 28-09-2020 cerca de 118 mil pessoas vivem essa humilhante situação em um Estado tão rico e pujante que vivi arrotando para o mundo suas riquezas financeiras concentradas nas mãos de poucos.
 
Como se diz por aqui, etaaaaa! Uns tem demais e outros tem de menos, paradoxal, não? Nessa dicotômica questão é inquestionável uma avaliação mais pormenorizada dos fatos em foco. Mato Grosso comporta atualmente pouco mais de três milhões de habitantes residentes, porém, com uma população humana de cerca de 118 mil pessoas vivendo ou pior vegetando na mais extrema pobreza, em um Estado tão rico. literalmente desumano não? Cadê o espirito altruísta dos gestores?

Vale ressaltar que se houvesse espirito altruístas aos governantes, gestores públicos, empresários abastados, isto sem duvida seria uma questão de fácil resolução, que poderia ser resolvida em questão de horas. Mais como se vê essa não é uma questão humanitária séria mirada por essa gente para eles a fome mata, não é mesmos senhores e senhoras afortunados?

Miro nessa seara que falta espirito altruísta, dados estatísticos publicados pelo IBGE, na mídia local e nacional mostram a situação dessa gente em situação sub-humana em guetos espalhados pelo rico Estado de Mato Grosso! Onde pelo que se vê falta solidariedade, além, da injusta distribuição de renda não é mesmo?

Urge, portanto, uma reavaliação criteriosa das políticas públicas ora em curso no Estado Mato Grosso para corrigir e reverter esse quadro de desrespeito a dignidade humana.   Por isto questionamos que desenvolvimento é esse? Para que? Para quem? Com que propósito?

É inadmissível que um Estado como Mato Grosso propalado aos quatro cantos como potência econômica, apresentar um IDH = Índice de Desenvolvimento Humano, tão dispare, não?  Existem hoje “guetos” humanos explicitados pelo território mato-grossense mostrando esse vergonhoso disparate.

Como justificar o injustificável? Com a palavra os governantes e gestores públicos.  É evidente que esses guetos ainda são pratos cheios para muito “vivaldino e bom vivam” fazer política rasa com a distribuindo de cestas básicas momentâneas, cobertores... Se apresentando como solução para uma questão tão séria, tão complexa e profundamente séria ou seja, brinca-se com vidas humanas gratuitamente.   

Para completar o Estado de Mato Grosso é líder em doenças como Hanseníase; Hantavirose; Leishmaniose; Dengue, Malária, Febre Amarela... Doenças associadas às condições precárias de saneamento básico, moradias, qualidade de vida e saúde...

Erradicadas no século passado essas doenças voltaram a recrudescer com força total no território mato-grossense. Com a palavra os governantes, gestores públicos! Ah!

Convivemos também com morte precoce de indígenas por inanição. Desmatar e queimar para produção de subsistência de forma rudimentar é senso comum no meio rural mato-grossense por absoluta falta de assistência técnica.   

Em síntese existe hoje na prática em Mato Grosso duas camadas da sociedade humana ou casta como queira, uma vivendo no século 21, e a outra em pleno período paleolítico. Penso sinceramente que há algo errado nesse discurso, não?

Portanto, desenvolver o Estado promovendo a justiça social, respeitando a dignidade humana é dever basilar do poder público, é essa essência de princípio básico que norteia o sentido da vida.

Por outro lado, não custa lembrar que a concentração de renda nas mãos de poucos fere de morte qualquer pensamento altruísta. Então, pergunta-se que desenvolvimento é esse praticado no Estado de Mato Grosso? Com milhares de pessoas vivendo em condições de extrema pobreza. Morrendo de fome...E o Estado Arrotando riquezas?

É assustador, não? Ou vergonhoso? Com a palavra os governantes e gestores públicos empoderado. Não perdemos nossos sonhos, portanto, temos a capacidade de indignar!


Romildo Gonçalves é Biólogo, Prof. Pesq. da Ufmt/Seduc.
 
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