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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Opinião

Dilemas da legitimidade política: o corporativismo e o movimentismo uma antítese para o desenvolvimento

Autor: Fernando Henrique da Conceição Dias

24 Dez 2020 - 08:00

Ao conceituar legitimidade política se propõe uma discussão sobre a democracia e sobre a política. Dessa forma, sobre as possibilidades de que a democracia resgate o sentido da política depois de uma época na qual os regimes autoritários, deturbaram o conceito a definição e o sentido. Quando falamos de legitimidade política, mencionamos, em primeiro lugar, a existência de crenças, normas e valores e da figura de um líder frente aos seus seguidores, de um governo frente aos cidadãos de uma república, de um partido político frente aos seus eleitores, de uma classe como dirigente de uma sociedade.

Nesse aspecto, o regime de legitimidade política só pode ser através da democracia. Este é o grande dilema que vivemos atualmente na América Latina, onde vários governos eleitos estão sofrendo com quedas, impeachemants e até mesmo golpes diretos e indiretos. Mas se é através da democracia que é o único regime que organiza, isto é, institucionaliza, o consentimento popular, sem o qual a legitimidade perece, o por que dessa crise institucional em várias partes do mundo?

Dessa forma as pressões sociais, contribuem de forma significativa para decisões políticas muitas vezes corporativistas e movimentistas. Seja por esta razão ou por outra qualquer, muita gente - e isso inclui tanto indivíduos quanto grupos ou setores sociais - entende que tem que resolver seus problemas sozinhos, fora das arenas políticas. Isso para não mencionar os que estão convencidos de que os problemas, os seus e os dos outros, simplesmente não têm qualquer perspectiva de solução. O problema da distribuição de poder se coloca igualmente já no próprio plano social ou socioeconômico contrariamente ao pressuposto liberal segundo o qual relações de poder somente existiriam entre os indivíduos privados, de um lado, e o estado, de outro, enquanto as relações dos indivíduos entre si seriam horizontais, contratuais e livres de poder.

O corporativismo e o movimentismo bebem da fonte de um dos aspectos importantes contidos é o que envolve a reavaliação político-institucional: O “clientelismo”. As “bandeiras” se perdem no meio do processo político tornando apenas decisivas no aspecto eleitoral. Nem sempre o processo eleitoral é reflexo da necessidade da população, tendo em vista que o corporativismo e o movimentismo acabam sendo as forças politicas dominantes, criando um processo eleitoral que se confunde com ser politico e fazer política. Dessa forma, a possibilidade de se tratar uma decisão ou política em termos de eficácia ou racionalidade requer a adoção do ponto de vista de determinado ator social, de maneira que se possam estabelecer com clareza os objetivos da política em questão para se discutirem em seguida os problemas relativos às condições de sua adequada colocação em prática num ambiente dado. A perspectiva característica dos estudos de políticas públicas tende inevitavelmente a dar ênfase à eficácia global das políticas ou decisões, mesmo quando se tem em mente a diversidade de categorias sociais ou de focos de interesses para os quais tais decisões podem ser relevantes.

Existe por tanto uma antítese desenvolvimentista. De um lado a representatividade deturbada por meio do corporativismo político e movimentismo tendencioso. O “fazer política” fica em segundo plano e o “ser político”, em primeiro. Vivemos em um momento de carreiras políticas com discursos ideológicos inflamados e pouca eficiência e eficácia nas políticas públicas. O estado é inimigo dos que odeiam a política que de antemão elegem os que não tem nem perfil muito menos de um líder servidor e de um tecnocrata, que abstraem qualquer sucesso em decisões precisas ou seja não constroem absolutamente NADA relacionada a políticas públicas. Esse ciclo deve ser quebrado. Representatividade é importante mas não se come ideologia, não se vive com ideologia, ideologia não paga conta, ideologia não gera emprego, ideologia não gera tecnocratas. O corporativismo e movimentismo são um câncer para o fazer política.  

Fernando Henrique da Conceição Dias
Economista
Mestrando em Economia pela UFMT
Pós graduando em Gestão de Projetos
Gerente Comercial.
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