Olhar Direto

Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Opinião

A reputação empresarial em 2021

O conceito de confiança do consumidor mudou; deixou de ser vertical. Agora é horizontal. No passado, os consumidores eram facilmente influenciados por campanhas de marketing promovidas por especialistas. Todavia, pesquisas recentes em diferentes setores mostram que a maioria dos consumidores acredita mais no fator social (amigos, família, seguidores das redes sociais) do que nas comunicações de marketing. 
 
Hoje, a maioria das pessoas pede conselhos a estranhos nas mídias sociais e confia neles, mais do que nas opiniões da publicidade e de especialistas.
 
Além de se importarem cada vez mais com as opiniões dos outros, os consumidores compartilham suas opiniões e compilam acervos de avaliações. Unidos, pintam o próprio quadro sobre as empresas e marcas, não raras vezes, diferente da imagem que as empresas e marcas pretendem projetar. A internet, sobretudo a mídia social, fortaleceu essa mudança por meio das plataformas e ferramentas. A tendência é de que essa forma de agir, e de pensar, aumente. Em breve, praticamente todas as pessoas no planeta estarão interconectadas.
 
Nesse sentido, a empresa que não estiver adequada à Lei Geral de Dados Pessoais, tampouco se preocupar com a segurança da informação poderá sofrer com o vazamento de dados, sendo certo que incidentes de segurança da informação serão expostos para o mundo.
 
A LGPD estabelece regras para coleta e tratamento de informações de pessoas físicas por empresas e instituições públicas, com o objetivo de garantir o direito à privacidade do indivíduo, o que afeta, em maior ou menor escala, a todas as empresas, já que dificilmente haverá uma Organização que não faça o tratamento de dados pessoais relacionados a funcionários, prospects, clientes, fornecedores, parceiros, seja de forma direta ou por meio terceiros, sob sua ordem.
 
A Legislação afeta a reputação da empresa na medida em que estar de acordo com a lei, significa entrar em sintonia com o mercado interno e externo, possibilitando negociações e transações comerciais que prezam pela transparência, ética, responsabilidade e demonstra a preocupação com o caráter social do negócio.
 
Ainda, a falta de transparência em casos de vazamento de dados trará prejuízos para a reputação das empresas, além das correspondentes multas milionárias e ações judiciais a que estão sujeitas.
Alguns dados relevantes:
 
1) O impacto financeiro sobre uma companhia que sofre vazamento de dados pode chegar a um custo médio total de US$ 1,24 milhão no Brasil. Esse número é de um relatório da IBM, resultado de estudo realizado em 15 países do mundo;
 
2) Segundo o Instituto Ponemon, 63% das pequenas e médias empresas sofreram algum incidente com vazamento de dados em 2019;
 
3) Mais de 360 mil ameaças digitais foram criadas diariamente em 2020. Segundo a Kaspersky, empresa de cibersegurança, esse número de malwares representa um aumento de 5,2% em relação a 2019;
 
Para evitar uma mancha à reputação da empresa, tal como aconteceu com a Cyrela, companhia do ramo imobiliário, que foi condenada a indenizar em R$ 10 mil um cliente que teve informações pessoais enviadas a outras empresas, é necessário que as empresas desenvolvam em sua cultura a proteção dos dados que coletam, bem como a segurança da informação que diariamente circula nos seus domínios.
 
Algumas ações práticas para as empresas:
 
1) Evitar encaminhar informações pessoais para e-mails externos ou particulares;
 
2) Restringir a divulgação de informações da própria empresa fora do ambiente de trabalho;
 
3) Ter um eficiente acompanhamento especializado jurídico e de Tecnologia da Informação (TI).
 
Desta feita, é imprescindível o foco no trabalho preventivo, para evitar e minimizar os riscos de vazamento dos dados de clientes, fornecedores e colaboradores, para a melhor segurança da informação e visando manter uma boa imagem da empresa perante o mercado e seus clientes.
 
Para que isso ocorra de forma que atenda aos requisitos da lei, é necessário o auxílio de uma consultoria na área para a adequação da empresa, de modo a atender o seu negócio com a expertise jurídica, de processos e procedimentos e de segurança da informação. Essa tríade de trabalho assegurará a boa reputação da sua empresa.
 
Flávio Ricarte, advogado, empresário, sócio da Mais1Digital, membro da comissão de direito digital da ABA-Cuiabá (Associação Brasileira dos Advogados).
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