Olhar Direto

Sábado, 20 de abril de 2024

Opinião

Seja livre


Apesar de toda nossa liberdade, ainda assim, escolhemos ser escravos no mundo moderno.

O Brasil passou por um período de escravidão, que perdurou por mais de 300 anos. Nesse sistema, negros, africanos e índios serviam de mão de obra nas plantações de cana-de-açúcar, tabaco e algodão, nos engenhos e fazendas. Naquela época, os escravos não tinham direitos, e, caso desobedecessem às ordens de seus senhores, eram violentamente castigados.

O cotidiano dos escravos foi marcado por constantes humilhações e violência, e apesar de a escravidão estar extinta no Brasil há mais de 130 anos, infelizmente, vez ou outra, vivenciamos reflexos desse período, na violência, na pobreza e no racismo.

A nomenclatura “escravidão” nos remete a algo ruim, a um estado de aprisionamento e, por incrível que pareça, ainda hoje existem pessoas que estão nessa condição. Há muitos indivíduos escravos da sua própria zona de conforto, imersos no cultivo de maus hábitos, frustrações pessoais e familiares, falta de perspectiva, desânimo e apatia.

Certa vez, um homem idoso advertiu um jovem que estava fumando a ter uma vida mais saudável, porém, o jovem, refutando o conselho daquele homem experiente e sábio, retrucou dizendo: “eu tenho liberdade, eu faço o que eu bem quiser, você não pode se intrometer na minha vida, me mandando parar de fumar”. Aquele senhor, tão pacientemente, olhou para o garoto e respondeu: “se eu quiser fumar, eu pego o cigarro e fumo, todavia, se eu não quiser fumar, eu não fumo”.

Aquele jovem ficou pensativo, e o senhor concluiu: “me parece que você não tem esta opção, visto que é notório não mais possuir domínio sobre si”. O jovem, franzindo o rosto, foi embora zangado. O que aquele jovem ouviu era a mais pura realidade. Ele era um escravo do tabagismo.

A escravidão dos maus hábitos infelizmente ainda persiste nos dias atuais, muitos são escravos do cigarro, das bebidas, das drogas, do videogame, do celular, do sexo e da religião.

A epístola de 2 Pedro 2:19 descreve essa triste realidade da escravidão “Façam o que quiserem; sejam livres. Entretanto, estes mestres que oferecem esta ‘liberdade’ da lei são, eles próprios, escravos do pecado e da destruição. Porque o homem é escravo de qualquer coisa que o domina”.

Guarde estas palavras no seu coração e na sua mente. Não existe liberdade com vícios. Quer ser livre? Quer viver bem? Não alimente vícios, por mais interessantes e prazerosos que eles sejam a princípio; no futuro, eles irão escravizar você até destruírem a sua vida, além de trazerem reflexos negativos para os seus entes queridos e amigos.

Mas ao mesmo tempo a Palavra Sagrada nos diz que devemos viver intensamente e sermos pessoas livres, entretanto, não existe liberdade sem limites. Toda liberdade plena precisa de limites, do contrário, tomaremos as piores atitudes. É necessário moderar os seus comportamentos.

A Bíblia é enfática ao mencionar que o homem é escravo de qualquer coisa que o domina, então, quer dizer o seguinte: se eu tenho qualquer coisa que me domina, já não terei a liberdade plena. Se eu não dominar o meu comportamento, jamais desfrutarei da liberdade. Se eu não dominar a minha língua, a minha personalidade, não serei uma pessoa livre.

Que tal sermos livres? É uma pergunta de reflexão para mim e para você. Precisamos fazer uma autoanálise e averiguar todos os nossos dominadores que têm nos fragilizado. Precisamos abandonar os vícios que podem nos tornar escravos.

Que possamos escolher sermos indivíduos livres, desfrutando da liberdade que pode nos proporcionar sabedoria, disciplina e força de vontade.

Liberte-se dos seus vícios!

Francisney Liberato Batista Siqueira é Auditor Público Externo do Tribunal de Contas de Mato Grosso e Chefe de gabinete de Conselheiro do TCE-MT. Escritor, Palestrante, Professor, Coach e Mentor. Mestre em Educação pela University of Florida. Doutor em Filosofia Universal Ph.I. Honoris Causa. Bacharel em Administração, Bacharel em Ciências Contábeis (CRC-MT) e Bacharel em Direito (OAB-MT). 
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