Olhar Direto

Terça-feira, 23 de abril de 2024

Opinião

Volta às aulas e dores nas costas

Quem nunca vivenciou uma criança que retornou às aulas, e após algum período, queixou de dores em coluna? Seria uma manha, uma maneira de chamar a atenção ou realmente é uma dor para nos preocuparmos?

Falando um pouco sobre o assunto, estas dores podem ocorrer no início do ano, mas também em qualquer época do ano letivo e muitas vezes perdurarão, caso não tomadas medidas adequadas. A dor nas costas é um fator que vem comprometendo muitas crianças e precisamos ficar atentos com o que pode estar ocasionando.

Um dos fatores desencadeadores  são as mochilas escolares, maus hábitos de postura durante o estudo e uso de aparelhos eletrônicos, em especial o celular.

Hoje, o excesso de peso nas mochilas escolares, associado ao seu esforço repetitivo na infância e adolescência são responsáveis por 70% dos problemas de coluna na fase adulta, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) faz um alerta nessa volta às aulas uma mochila que pese mais de 10% do peso da criança pode causar problemas não só na infância, mas repercutir na vida adulta, quando a coluna vertebral passará a apresentar os efeitos do esforço anormal a que foi submetida.

O que vivenciamos são crianças levando mochilas pesadas e inadequadas. As vezes podem até estar adequadas em medidas e peso, porém o uso em apenas um dos ombros desestabiliza a coluna. Todo este peso contribui não só para dores nas costas mas também ocasiona sobrecarga em articulações dos joelhos e quadril, além de compressões ao nível dos ombros, contribuindo para dores em membros superiores.

A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia orienta alguns cuidados

1 - Confira sempre o que seu filho carrega na mochila e tire o que achar desnecessário. O peso total da mochila não deve ultrapassar 10% do peso da criança;

2 - Evite materiais soltos na mochila e escolha as que possuam mais compartimentos para ajudar a separá-los. Os mais pesados devem ser sempre colocados mais próximos às costas e no centro;

3 - A mochila  carrinho é uma opção para quem carrega muitas coisas. Mas prefira as que possuam alças para as costas e oriente as crianças a usá-las ao subirem escadas. O puxador deve ficar na altura do quadril, evitando que elas inclinem o corpo para o lado ao carregar;

4 - Ao comprar uma mochila, escolha as que tenham duas tiras, alças acolchoadas e reguláveis e que sejam firmes e acolchoadas junto às costas. As alças devem ter largura mínima de 4cm;

5 - Modelos com cinto abdominal ajudam a equilibrar o peso da mala, fazendo com que a criança não se tensione para frente ou para trás

6 - Comprimento da mochila deve possuir o tamanho do tronco da criança. A parte inferior da mochila deve ficar até 5 cm abaixo da linha cintura e sempre o mais próximo das costas.

Caso sua criança desenvolva dores nas costas que não melhoram com essas medidas preventivas, assim como com as mudanças no hábito de postura durante o estudo e a diminuição do uso de celulares,  procurem um Ortopedista para uma melhor avaliação.

Sobre a SBOT

A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia é uma associação nacional de especialidade médica, unidade conveniada da Associação Médica Brasileira (AMB), responsável por congregar os especialistas em Ortopedia e Traumatologia. A SBOT promove e tem a responsabilidade na formação de especialistas, além de prover condições para atualização permanente, sob a forma de ensino, pesquisa, educação continuada, desenvolvimento cultural e defesa profissional.


Dr. Denimar Nistal Sanches é Médico Ortopedista com especialização em Ortopedia Pediátrica, Ortopedia Oncológica e Ortopedia Traumatológica - CRM 4303

 
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