A dor física na hora de fazer a tatuagem todos nós já sabemos, mas não é sobre isso. Mesmo sendo uma “homenagem” ou feita em um momento “feliz”, toda tatuagem é uma dor ancestral. 

Entenda, o intuito aqui não é te dizer se você deve ou não fazer tatuagens e sim, que elas são símbolos e todo símbolo, traz informações! 

Lembremo-nos que as leis de Deus são perfeitas e o universo é métrica pura. O macro está inserido no micro e vice e versa. Nosso inconsciente sempre vai reparar injustiças, trazer à tona o que foi escondido e buscar a homeostase. Se há desequilíbrio no sistema familiar o inconsciente vai conduzir a nossa vida em busca do equilíbrio.

Já sabemos que o maior órgão do corpo humano é a pele. Nossa pele é como um papiro sagrado. O tatuador é por assim dizer, um mensageiro e literalmente ele tatua a dor do Sistema Familiar. Nesse sentido podemos perguntar: (E essa analise pode chegar até a segunda ou terceira geração antes do tatuador)
-Algo foi calado ou não dito?
-Uma carta que nunca chegou?
-Pessoas que perderam o contato com a família e que não conseguiram mais se comunicar?
-Desconexão de um pai com sua família? Ou a desconexão de um pai com a função mãe? 
-Alguém falou de forma impensada ocasionando dor?
Podemos também dizer, que a psicogenealogia é a arte de fazer perguntas. Aqui não determinamos respostas, porque cada história e cada ser são únicos. Levantaremos inúmeras questões, mas só a pessoa para saber o que faz sentido ou não dentro da história de vida dela! 
Atualmente temos visto, uma onda de pessoas retirando tatuagens. Isso se deve ao fato dela ter cumprido o papel de pulsão. Tanto é que, muitos dizem: “ Na época fazia sentido a tatuagem, mas hoje, não mais! ” Porém, a remoção não apaga a informação! Na época que foi feita, o que a pessoa estava vivendo?
E vale explicar que pulsão, segundo Freud, é um impulso energético interno que direciona o comportamento de uma pessoa. Uma força que atua no limite entre o orgânico e o psíquico, e tem como objetivo aliviar tensões e conservar o organismo.

Uma das técnicas da Psicogenealogia é Decodificação e Interpretação de Tatuagens (marcas pessoais e piercing’s). A partir do simbólico do corpo, aliado aos símbolos tatuados, compreendendo a vinculação dos dados com o genossociograma, tais como datas e eventos marcantes do clã e possíveis conexões com Ciclo Celular Biológico Memorizado. 

A saber: nosso lado direito representa o masculino e o lado esquerdo representa o feminino. Pegando o exemplo de um homem que tem todo o seu lado esquerdo coberto por tatuagens e nada do lado direito, podemos perguntar: o pai foi ausente na vida dele? Visto que ele traz informações somente do lado da mãe! A lateralidade pode falar sobre a relação com uma ou mais irmãs: houve a morte de alguma delas? Também, pode indicar de um gemelar, pois ele colore apenas a metade do corpo e o gemelar se sente assim: uma metade! Então, vamos sempre separar as partes do corpo. Parte superior, parte inferior, lado direito, lado esquerdo, pois cada uma terá um significado. 

Até mesmo em casos de adoção, conseguimos fazer muitas analises, todo adotado traz um sentimento de abandono e de menos valia. Nem sempre nascemos na família que merecemos, mas com certeza, nascemos no contexto e na família certa para nossa evolução. A pergunta nunca será “porque”, mas sim “para que”. O que viemos aprender nessa vida?
Temos um questionário inicial de onde tiramos os dados da árvore genealógica e elaboramos um relatório de várias páginas, juntando todas essas informações, como um verdadeiro quebra-cabeça.
Lembre-se: o que você quer (enquanto desejo) corresponde a um programa consciente (5%) e a realidade do que você vive em sua vida corresponde ao seu inconsciente (95%). Então, aqui está a razão pela qual a pessoa tem dificuldade de conseguir realizar determinados projetos pessoais e não entende o porquê que tudo se torna penoso e difícil de concretizar.

Guardamos no inconsciente tudo o que vivenciamos, não só ao longo da vida, como muitas memórias e informações são repassadas de geração a geração. Já dizia a psicanalista francesa, Françoise Dolto, que “Tudo o que uma geração cala, a outra vem mostrar no corpo”. 

A Psicogenealogia se fundamenta no estudo das identificações, projeções e repetições em três blocos de estudo que embasam a vida de uma pessoa. 
Primeiro, na análise do transgeracional, que são os registros dos nossos antepassados em nós (a memória epigenética, ou seja, acima da genética!).

Segundo, quando analisamos o Projeto Sentido Gestacional (período que compreende da pré-concepção até os 7 anos de idade), que leva em consideração as intenções, identificações e as projeções de nossos pais em nós. Tudo o que vivemos e sentimos no momento da nossa concepção e enquanto estávamos no ventre materno, fala de nossa biografia oculta sob a forma de projetos inconscientes.

Saber do nosso Projeto Sentido Gestacional nos oportuniza conhecer nossos condicionamentos operantes e inconscientes, mas, acima de tudo, perceber o nosso potencial a partir dele. 
E terceiro as nossas vivências, onde estudamos a experiência do ser, a partir do seu nível de consciência, que inicia aos 7 anos de idade.

Ninguém nasce “por acaso” e não importa se sua família é boa ou ruim, Deus nunca erra! Antes de nascer somos um projeto, pois tudo começa no plano mental para depois se materializar. Saiba que nossa família é a escola de nossa alma. Todos nós somos potentes a partir de nossas dores. Viemos ressentir para ressignificar e é preciso muita coragem para olhar para dentro de si mesmo.

Os programas ancestrais podem nos colocam na dor, sofrimento e escassez para que revisitemos essa dor. Então, cabe a nós, dar outro significado. Não é sobre o que fizeram conosco e sim, o que eu fiz com o que fizeram comigo?! E como dizia Anne Ancelin Schutzenberger: “Aquilo que não se expressa, se imprime”.

Cristiane Celina é formada em Comunicação Social/Rádio e TV pela UFMT. Instrutora de Hatha Yoga. Formação em Psicogenealogia e Alinhamento Biossistêmico com base nas 5 Leis Biológicas do Dr. Hamer.