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Sexta-feira, 21 de março de 2025

Opinião

Sob nova direção

Quando uma loja ou um comércio trocam de donos é muito comum encontrar na
frente do estabelecimento aquela placa indicativa escrito "sob nova
direção". A proposta é levar ao máximo de pessoas da comunidade que algo irá
mudar, seja nos preços, nos produtos ou na maneira de se relacionar com os
clientes.

Já no caso de grandes empresas e corporações, o anúncio vem com pompa e
circunstâncias através de comunicados ao mercado investidor, páginas
inteiras em jornais de grande circulação ou até mesmo no 1º intervalo
inteiro do jornal nacional, mas a mensagem é a mesma, a de se mostrar que
alguma coisa mudou. Agora e quando o que se muda é a pessoa no cargo mais
importante do planeta, quando se muda o presidente do todo poderoso Estados
Unidos da América?

Pois bem, isso aconteceu recentemente, e o anúncio veio direto do salão oval
da Casa Branca com a presença de autoridades políticas, militares,
eclesiásticas, milionários do ramo de tecnologia, além de todos os
ex-presidentes americanos dos últimos 32 anos, Bill Clinton, George W. Bush,
Barack Obama e o que estava de saída, o presidente Joe Biden, que aliás
ouviu sentado e visivelmente constrangido ao discurso de 30 minutos do novo
presidente.

Com um tom forte e uma imagem igualmente forte, o presidente Trump disse, de
maneira clara, que os Estados Unidos da América estão sob nova direção.
Reafirmou tudo o que vinha dizendo em sua campanha eleitoral como total
atenção aos imigrantes ilegais, ao fim da política de gêneros, em retomar o
posto de nação líder mundial, do aumento do uso de combustíveis fósseis, da
saída da Organização Mundial da Saúde e do abandono ao acordo de Paris.

A cada anúncio do novo gestor aplausos efusivos interrompiam o governante, e
o que se via era uma verdadeira catarse republicana. Porém, sempre tem um
porém. Nos últimos anos o mundo se dedicou a combater, ou pelo se esforçou
para combater o aquecimento global, compromissos foram assumidos e novas
matrizes energéticas incentivadas. A era da descarbonização caminhava, mesmo
que a passos lentos para se consolidar.

A Europa foi a 1ª a se manifestar. Líderes importantes como os da França e
Alemanha fizeram questão de reafirmar que a Europa segue comprometida com a
pauta ambiental. Para a Rússia, o presidente Trump foi direto ao bradar:
"parem com essa bobagem!" E a China, como vai se portar ao ver em risco sua
supremacia na produção de produtos manufaturados?

O fato é que a pauta do governo Donald Trump irá, ou melhor, já tirou boa
parte do planeta de sua zona de conforto. E o Brasil, como fica? Perguntado
por uma jornalista brasileira sobre como será a relação entre Estados Unidos
e Brasil a resposta veio a galope, "não precisamos deles!"

Nos resta aguardar, afinal o futuro a Deus pertence não é mesmo?

Mas como em toda mudança surgem oportunidades, e aqui temos uma clara
oportunidade para o Brasil, a de se consolidar como líder mundial na pauta
ambiental.

Temos a oportunidade de mostrar que é possível mover o mundo com energias
renováveis como o etanol e o biodiesel. Que é possível produzir mais, com
qualidade e segurança alimentar sem desmatar um palmo a mais de terra.

A vaga de líder mundial para os temas ligados à sustentabilidade está
aberta, quem irá ocupá-la?

Luciano Vacari é gestor de agronegócios e CEO da NeoAgro Consultoria.
 
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