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Opinião

O legado de Dante

Emanuel Pinheiro

Treze anos depois de seu falecimento, Dante de Oliveira continua sendo uma ausência sentida para Mato Grosso como ser humano e político. A visão de futuro, empreendedorismo e pensamento estadista deixaram um grande legado para os mato-grossenses.

Dante conversava com o futuro de uma forma incrível. Foi uma das principais lideranças políticas de Mato Grosso do século XX e hoje é lembrança constante e saudade para os mais velhos e inspiração para as novas gerações.

Na manhã fria e nublada do início deste sábado (06), lembrando que hoje se completam 13 anos do falecimento de Dante de Oliveira, pensei em como seria maravilhoso se ele estivesse aqui para ver a Cuiabá que ajudou a construir. Ele nos ajudaria a superar as imensas dificuldades que ainda se impõem na agenda política estadual e nacional.

A visão política de Dante faz falta para Mato Grosso. O estadista que amava o seu Estado, amava, torcia e trabalhava por Cuiabá. Cada ação importante, seja idealizada por ele ou por um adversário político, era comemorada por Dante, que tinha no progresso do Estado o seu principal ideal.

Dante foi uma das mais destacadas personalidades mato-grossense do cenário nacional. É possível dividir o seu legado em dois, primeiro no período da redemocratização que o tornou conhecido no Brasil, como o homem das Diretas Já. O jovem deputado federal de 32 anos que apresentou no período da Ditadura Militar, uma emenda à constituição federal que contagiou o Brasil, simbolizando um grande passo para a redemocratização, ficando nacionalmente conhecido e entrando para a história com a emenda Dante de Oliveira.

Já tendo sido deputado estadual, e conseguindo expressividade nacional conquistada como deputado federal, Dante também entrou para o hall de mato-grossenses que se tornaram ministros de Estado. Foi também duas vezes prefeito de Cuiabá e duas vezes governador de Mato Grosso. Mesmo muito jovem, ocupou todos esses cargos de prestígio, mas com visão de futuro extraordinária.  

Lembro que o segundo mandato de Dante como prefeito, foi também o meu segundo como vereador. Eu era líder da oposição, sendo o único vereador da oposição. Dois anos depois, Dante se elegeu governador e eu deputado estadual, também liderei a oposição a ele na Assembleia Legislativa. Em 1998, novas eleições, Dante é reeleito governador e eu como deputado estadual, novamente liderei a oposição.

Mesmo com as posições políticas diferentes, nossa relação sempre foi de muito respeito, consideração. Dante era um visionário, um homem com intimidade com o futuro, e esse talvez é o maior legado que Dante de Oliveira deixou para Mato Grosso e suas novas gerações.

No momento em que fez uma reforma de Estado, mesmo tendo que reformular suas convicções políticas, Dante acertou, pois foi em um momento crucial para o Brasil e para Mato Grosso. E, se vivemos depois um boom econômico com o agronegócio posteriormente, foi graças ao trabalho de Dante de equilibrar as contas públicas para depois acontecer a retomada do crescimento, que de fato ocorreu.

Hoje, treze anos depois do falecimento de uma das principais figuras políticas de Mato Grosso, orgulho de Cuiabá e de Mato Grosso, como prefeito de Cuiabá, rendo minhas homenagens à família deste estadista e a memória de um dos grandes políticos de Mato Grosso. O inesquecível Dante faz falta!

Emanuel Pinheiro, prefeito de Cuiabá
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