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Opinião

O teste do marshmallow

Francisney Liberato Batista Siqueira

O experimento ou teste do marshmallow é muito conhecido no mundo. O estudo está relacionado com o sistema de recompensa e de autocontrole de cada um.

O estudo foi conduzido pelo psicólogo Walter Mischel, e então professor da Universidade de Stanford. Os testes foram realizados no final dos anos de 1960 e início dos anos de 1970.

Esse experimento consistia num estudo feito com crianças de aproximadamente 4 anos. A ideia do pesquisador era criar um dilema na cabeça das crianças. Era oferecida uma pequena recompensa, como um marshmallow, a ser entregue imediatamente, ou duas pequenas recompensas se a criança conseguisse aguardar o retorno do pesquisador à sala, o que demorava aproximadamente 15 minutos.

Imagina como ficava a cabeça das crianças, uma vez em que elas costumam não ter paciência para esperar. Com os meus sobrinhos menores é assim: se eu menciono que vou levá-los ao shopping na próxima semana, eles ficam ansiosos e impacientes. Os pais me dizem que eles ficam perguntando, todos os dias, se já não é o dia de passear com o tio.

Toda pesquisa estava sendo gravada e filmada pelos pesquisadores.

Olha que interessante: a criança poderia ganhar um marshmallow ou dois marshmallows, apenas se esperasse com paciência e tranquilidade para receber a recompensa. A ideia é similar aos ditados populares: “A pressa é a inimiga da perfeição”; “Apressado come cru e quente”.

A conclusão da pesquisa foi o seguinte: os pesquisadores descobriram que as crianças que foram capazes de aguardar por mais tempo pela recompensa apresentaram tendência de ter melhor êxito na vida, ou seja, 100% das crianças que tiveram autocontrole foram bem-sucedidos na vida.

Interessante notar que, além das questões do sistema de recompensa, autodisciplina, habilidade de postergar a gratificação. É notório que o teste está relacionado com a capacidade do ser humano ter o controle de si mesmo, como temos denominado de autocontrole.

Algumas crianças cederam à tentação e comeram apenas um marshmallow. Outros, apenas pegaram pequenos pedacinhos do marshmallow. Houve crianças que preferiram nem olhar para o docinho, a fim de evitar a tentação de comê-lo. Outros, tocavam ou colocavam o marshmallow na boca, mas não comiam.

O que isso ensina para nós? Nós somos iguais às crianças, a diferença é que temos maior capacidade de não demonstrar os nossos sentimentos e intenções para as pessoas.

Assim como as crianças, alguns indivíduos terão autocontrole e saberão aguardar a premiação em dobro, já outros, ganharão apenas 50% dos prêmios, ou quem sabe até perderão por não saber esperar. Quem sabe, também, encontraremos seres humanos que entendem que o melhor é evitar o contato visual, para não ceder à tentação de cometer alguma falha. As situações são variadas, a depender de cada indivíduo.

De todo modo, perceba que, assim como crianças, nós adultos também temos muita dificuldade de ter o autocontrole em nossas vidas, porém, você deve gravar na sua mente que, aqueles que esperam, conseguem administrar as suas emoções, e é provável que serão bem-sucedidas na vida.

A Bíblia é contundente sobre este tema, e nos ensina a ter paciência no Senhor, conforme registrado em Isaías 40:31: “Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão”.

A decisão entre esperar ou não pelo “marshmallow” está em nossa capacidade de discernimento.

Diante das circunstâncias que acontecem em nossas vidas, olhe para o futuro e veja as possibilidades de recompensa. E, se não tem forças para esperar, peça ajuda ao Senhor. Saiba utilizar a sua capacidade de livre-arbítrio, com sabedoria.


Francisney Liberato Batista Siqueira é Auditor Público Externo do Tribunal de Contas de Mato Grosso e Chefe de gabinete de Conselheiro do TCE-MT. Palestrante Nacional, Professor, Coach e Mentor. Bacharel em Administração, Bacharel em Ciências Contábeis (CRC-MT) e Bacharel em Direito (OAB-MT). Autor dos Livros: “Mude sua vida em 50 dias”, “Como falar em público com eficiência”, “A arte de ser feliz” e “Singularidade”.
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