O Brasil é um dos países com a maior e mais diversificada fauna silvestre do mundo, em todos os seus ecossistemas é possível encontrar uma riqueza imensurável de milhares de espécies nativas, autóctone, endêmica de animais de rara beleza e matizes país afora em todo território nacional.

A fauna doméstica também brilha nessa seara com animais de qualidade incomparável diferentes variedades de espécies, se alimentando a pasto com espécies vegetais nativas, autóctone, endêmica ou exótica de boa qualidade e autos potenciais nutritivos e proteicos.

Como se sabe, temos duas estações climáticas bem definidas no país uma estação seca e outra chuvosa. E é exatamente nesses períodos que temos extremamente generosa alimentação para estes rebanhos, o outro período é o da seca e da estiagem, que fazem a vida no ambiente brasileiro passar por privações, sofrimento e morte causada principalmente pelo fogo florestal na vegetação desvitalizada e seca.

Morte ou ceifamento da vida de animais queimados todos os anos em mato grosso e no país é senso comum. Tendo como responsável por esse descalabro o próprio poder público que não atende os ditames e ordenamento da legislação ambiental brasileira em vigor em todo território nacional.

Dentre estes equívocos cometidos pelas autoridades governamentais constituídas e gestores públicos inertes, estão a falta de aceiro preventivo contra fogo florestal nas margens de via e logradouros públicos de uso coletivo, responsáveis por 50% da origem do fogo no país.

Durante um período de três décadas venho pesquisando o fogo florestal no meio ambiente natural brasileiro, propondo legislações e produzindo material didático, livros, cartilhas... Em parceria com o poder público visando orientar, informar e capacitar à população humana sobre o uso e manejo do fogo florestal no país.

Cabe aqui ressaltar que durante esse período tenho constatado que o rebromentamento da vegetação nativa após a passagem do fogo, especialmente a vegetação dos ecossistemas, pantaneiro e do cerrado brasileiro, são chamarizes que serve de alento para a alimentação tenra, nutritiva, alvissareira, palatável e saudável da fauna nativa-autóctone no ambiente para os animais. Ou como dizemos, é literalmente a renovação da vida.

Embora, contudo, todavia, este seja um privilégio momentâneo o fenômeno no ambiente é real, e o manejo do fogo na hora certa e no período certo é de fundamental importância para evitar que ocorra morte aleatória de animais com a ação do fogo sem o manejo adequado da vegetação in loco no meio ambiente.

E é exatamente aí que os gestores públicos precisam agir e usar a inteligência em benefício de milhões de vidas animais e até mesmo vegetais evitando seu ceifamento gratuito com ação descontrolada do fogo florestal no meio ambiente brasileiro.

Ademais, é importante ressaltar que tanto o meio biótico como no sistema abiótico paga um preço alto ambientalmente falando por algo que pode ser controlado sem maiores delongas, quando se usa a inteligência, não é mesmo senhores governantes e gestores públicos brasileiros?




Romildo Gonçalves é Biólogo Prof. Pesq. Em Ciências Naturais da Ufmt/Seduc