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Opinião

Lockdown e a vacina obrigatória: as narrativas de uma oposição traidora da pátria

Julio Cezar Rodrigues


 
Antes do advento das redes sociais, onde todo mundo expõe sua opinião ou palpite sobre tudo, principalmente política, esta, certamente, desfrutava de maior “privacidade”, no sentido de que políticos (sentido estrito) faziam as políticas e politicagens sob vigilância “apenas” da mídia e seus profissionais. Era através de tais instrumentos (jornais, rádio, TV etc) que o cidadão comum tomava conhecimento desse mundo, um tanto com sentimento de que ele estava lá e você aqui. Nos períodos de eleição, comparecia para o cumprimento de ser dever, depositando seu voto em determinado pretendente.

Bem, hoje fazemos ainda tais coisas, contudo, algo mudou. Um candidato a Presidência da República, em 2018, manejando as plataformas de redes sociais (especialmente um aplicativo de mensagens) conquistou corações e mentes para depositá-lo no comando do Executivo Nacional. O establishment (no sentido de grupo sociopolítico que exerce sua autoridade, controle ou influência, defendendo seus privilégios) em dado momento recusou-se a acreditar em tal vitória e, não mais podendo negar os fatos, ainda “bate cabeça” para entender o que aconteceu. Velhos caciques políticos, como FHC, Ciro Gomes e o agora criminoso condenado Lula, ainda não acertaram o discurso para desconstruir um presidente que, passado meio mandato, não foi pilhado naquilo que eles dominam como ninguém: a corrupção e os crimes no exercício de mandatos eletivos. O que fazer? Eis que veio a tal pandemia do vírus chinês (sim, não podemos esquecer que o vetor tem endereço).

Mas que oportunidade ímpar. Lula chegou mesmo a agradecer aos céus tal infortúnio a nós mortais. Claro. Com tal adversidade, chegaríamos à conclusão definitiva que somente o Leviatã é capaz de nos salvar. Ora Lula, mais do que nunca, sabemos exatamente porque você gosta tanto de cavalgar esse monstrinho (mas, deixemos Lula para lá).

Uma pandemia! “Não podemos perder essa oportunidade”, devia ser a fala da velha esquerda, ainda atordoada pela vitória do Capitão. João Dória vestiu sua calça mais apertada e, após ser eleito com apoio de Bolsonaro, rapidamente tratou de desvincular sua bela imagem daquele ogro que ousava ainda manter taxa de popularidade significativa. “Vou atrás de uma vacina custe o que custar”, deve ter pensado nosso herói do culote apertado. Antes, porém, que tal fechar tudo, dar uma quebrada na economia, impetrar ação no STF para retirar o Governo Federal de manejar ações nos Estados e Municípios e ainda exigir desse mesmo governo recursos para serem gastos sem licitação e, depois, é óbvio, culpa-lo pelo PIB pífio, o desemprego em massa e a fata de gestão na condução das políticas anti-pandemia? Perfeito! Não tem como dar errado! Ferramos o Governo de um jeito ou de outro.

Massacrado pela mídia mainstrean, manietado pelo STF, sabotado pelo Congresso (via Rodrigo Maia) e tornado alvo dos intelectuais da inteligentzia, que o acusou de genocida, incompetente na gestão dos Ministérios e negacionista da pandemia, o Presidente Bolsonaro, mesmo assim, teve a coragem de substituir um Ministro da Saúde traidor e desleal com seu Chefe em plena pandemia, fez as liberações de recursos para Estados e Municípios na casa dos bilhões de reais, implementou em tempo recorde uma plano de ajuda à população carente (auxílio emergencial), juntamente com auxílio às empresas para mitigar o desemprego, além de diversas outras ações no nível estratégico (seguindo a determinação do STF), ficando para as gestões estaduais e municipais, as ações operacionais e táticas.

Ora, dirá o atento leitor, “mas política é e sempre foi assim mesmo”, busca a qualquer custo para chegar e manter-se no poder. Cabe ao Bolsonaro, como experiente parlamentar, safar-se desses ataques e repelir tais ações com fúria e fogo (como diria Trump). Sim, somos sabedores que a real politik é a herdade de Maquiavel. O governo de massas, típico das democracias liberais, não suporta a Virtude, o Belo, o Certo, o Justo e o Prudente, pois são vícios burgueses e conservadores. Nossa sociedade progressista é moderna, relativa com a ordem moral e tolerante a todas as opiniões, afinal de contas, não há Verdade, há apenas opiniões. 

Nesse contexto, não é difícil, aliás, é muito fácil construir narrativas a cada “soluço” do Governo. Eis a estratégia! Todas as estruturas administrativas que nunca funcionaram nesse país, continuarão não funcionando ou piorando na pandemia, assim, culpar o “genocida” e “negacionista” do Bolsonaro é brincadeira de criança. Lula (sempre ele) que na copa do mundo de 2014 defendeu a construção de arenas (hoje, elefantes brancos) porque era medíocre não fazer um evento dessa magnitude para construir hospitais, passando pelo “coroné” Ciro Gomes, autointitulado o mais excelente gestor público (mesmo havendo confessado que sabia das falcatruas petistas no governo e prevaricando em não denunciar), nosso amigo da calça justa (governador-gestor de São Paulo) com sua demagogia de fazer inveja a Hugo Chaves, até desaguar no caldeirão de Luciano Huck (que tem acalentado certa pretensão de ser o próximo presidente-apresentador-gestor do Brasil), assistimos a uma saraivada de ataques insanos, desproporcionais e falsos em desfavor do Presidente e seu Governo. Na verdade, guardadas as devidas proporções, ações típicas dos governos comunistas denominadas “agitação e propaganda”.

A coisa chegou a tal ponto que chegaram a construir uma narrativa de culpa para Bolsonaro porque a gestão estadual do Amazonas, pasmem, não comprou cilindros de oxigênio e pessoas morreram por falta de tal insumo. É isso mesmo. Esse é o nível que chegou a oposição nesse país. Romperam-se as raias do aceitável. Joga-se contra a Nação em nível de traição. Olha que nem falamos das narrativas criadas em função da última temporada de incêndios florestais. Narrativas estas que foram objeto de ataques ao Brasil por Biden e Macron, causando prejuízos às nossas exportações. A verdade é que a oposição e demais atores já mencionados estão imbuídos de fazer “terra arrasada” do País se isso for necessário para vencer em 2022.

Por fim, e não menos importante, deixo uma pergunta a tão notáveis gestores da nossa querida esquerda progressista: vocês defenderam o lockdow a qualquer custo, mesmo com o desligamento da economia, e, dado que, por definição, governo não produz riqueza, como gastaremos bilhões em vacinas? De onde virá tais recursos, considerando o déficit monstruoso gerado pelas ações emergenciais? Empréstimos, emissão de títulos da dívida pública ou impressão de papel-moeda? Ou todos juntos?

Há, claro, isso são preocupações pequeno burguesas! Nós, progressistas, estamos muito além de tais incomodações, afinal de contas as sociedades caminham, inexoravelmente, ao paraíso terrestre e o máximo que os desumanos conservadores podem fazer é atrasar um pouco as coisas.  Assim, Deus nos ajude!
 
 
Julio Cezar Rodrigues é economista e advogado (rodriguesadv193@gmail.com)
 
 
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