Imprimir

Opinião

A TEMERária sombra da Presidęncia

Renan Oliveira e Rainho Cunha

Na semana em que o centro das atençőes esteve voltado para o possível cancelamento do ENEM, em mais um impressionante e lamentável caso de despreparo do Ministério da Educaçăo, outro fato em Brasília me chamou a atençăo.

Na última quinta-feira, 11/11/2010, o vice-presidente da República, José de Alencar, sofreu um infarto agudo e teve que ser internado. Michel Temer, atual presidente da Câmara e vice-presidente eleito, esteve a “uma batida do coraçăo da presidęncia”.

Explico: na ocasiăo, o presidente Lula da Silva encontrava-se em Seul, na Coréia do Sul, participando das reuniőes da Cúpula do G20. A Constituiçăo Federal prevę que em caso de impedimento ou vacância do presidente e do vice-presidente, o presidente da Câmara dos Deputados é chamado ao exercício do cargo de Chefe do Executivo. Năo custaria a acreditar que a agitaçăo foi grande entre os peemedebistas.

Em tempos de transiçăo de governo e definiçăo dos ministérios, quando o PT e PMDB, partidos que elegeram o maior número de deputados federais, acenam com acordo sobre a futura presidęncia da Câmara, a verdadeira postura de Temer diante do próximo governo começa a ser moldada.

Embora Temer afirme que pretende ser um “vice modesto de uma presidente forte”, sua história política e sua liderança frente ao maior partido do país năo lhe credencia como mero coadjuvante no Palácio do Planalto.

O ímpeto governista do PMDB e a inegável força política de Temer devem fazer sombra ao governo Dilma, lembrando que a presidente eleita, assim como o atual vice-presidente José Alencar, já sofreu de graves problemas de saúde, vítima de câncer no sistema linfático, tema marginalizado pelos meios de imprensa durante toda a campanha eleitoral.

A tendęncia é que a futura presidente confie no seu vice. Desconfiando.


Renan Oliveira e Rainho Cunha

Estudante do 8Ş período do curso de direito na UFSC
Imprimir